A pandemia de Covid-19 transformou totalmente o modo de viver, em todos os cantos do planeta, sem exceção. De uma hora para outra, hábitos comuns do dia a dia, como frequentar um shopping, ir até o cinema ou ver uma partida de futebol se tornaram atitudes arriscadas. Tudo por causa da alta disseminação do coronavírus em locais que provocam aglomeração de pessoas.
Desde o seu surgimento, o vírus sempre apareceu como um desafio para a sociedade, sobretudo para profissionais de saúde, cientistas e pesquisadores. O primeiro passo foi entender as dimensões do problema e, logo após, produzir vacinas com eficácia para combater o coronavírus e evitar infecções graves de Covid-19.
Felizmente, essas vacinas foram descobertas em tempo recorde e, atualmente, o número de pessoas imunizadas contra a doença aumenta a cada dia. Com isso, é nítido que o ritmo de contágio e o número de internações e mortes por Covid-19 já caiu consideravelmente. No entanto, um novo problema parece ter criado outro desafio para os cientistas e pesquisadores: o Long Covid.
Trata-se de pessoas que, mesmo após se curarem da doença, apresentam alguns sintomas que prejudicam a qualidade de vida. "O Long Covid consiste em uma série de sequelas deixadas pelos vírus que incluem, entre outras queixas, perda da massa muscular, cansaço físico e emocional, distúrbios do sono e psicológicos, como depressão e ansiedade, falta de ar, alterações de paladar e olfato e disfunções circulatórias, que podem ter várias consequências, desde a formação de pequenos coágulos até a queda de cabelos", explica a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
No entanto, um estudo publicado em setembro, pelo jornal acadêmico Public Health Nutrition, revelou indícios de que uma alimentação à base de plantas e com baixa ingestão de ingredientes de origem animal, pode ser fundamental para o tratamento dessas sequelas.
"Uma dieta rica em plantas proporciona uma redução no consumo de mediadores pró-inflamatórios, assim ajudando a diminuir a inflamação sistêmica prolongada associada as dores musculares e ao Long Covid. O consumo de antioxidantes também ajuda a controlar o quadro inflamatório através da neutralização dos radicais livres", explica a médica.
De acordo com a Dra. Garcez, uma dieta à base de plantas pode ser caracterizada pelo alto consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, legumes, leguminosas, ervas e sementes. Além de uma ingestão mínima de alimentos de origem animal, como carnes, ovos e laticínios.
A pesquisa apontou que o consumo de plantas pode auxiliar na redução de fadiga e no tratamento de transtornos psicológicos, desordens do sono e dor musculoesquelética. Sequelas comuns que a Covid-19 pode deixar nas pessoas infectadas com a doença. Porém, de acordo com a médica, ainda é preciso ter cautela com o assunto. "Apesar de já ser comprovado cientificamente que dietas baseadas em plantas promovem uma melhora geral da saúde do organismo, mais pesquisas são necessárias para confirmar a ação desse tipo de alimentação sobre as sequelas da Covid-19", finaliza a Dra. Garcez.