Depois de ameaçar endurecer medidas de restrição à circulação de pessoas no Estado de São Paulo caso o isolamento social não superasse os 60%, o governador João Doria (PSDB) comemorou nesta segunda-feira a adesão de 59% atingida no domingo, e disse que não tem intenção de restringir os direitos dos cidadãos.
"O esforço que fizemos no final da última semana do governo do Estado de São Paulo e das prefeituras que compõem os 645 municípios do Estado de São Paulo deu certo. Subimos de 47% para 59% o isolamento social", disse o governador.
"Quero agradecer mais uma vez o gesto dos brasileiros de São Paulo que atenderam àquela convocação que fizemos na quinta-feira da semana passada para que nós pudéssemos melhorar esse índice, não tendo que tomar atitudes mais duras, como não temos que adotar porque a resposta foi positiva. Esse foi o nosso compromisso e estamos cumprindo", completou
Doria havia alertado que poderia adotar medidas mais rigorosas de restrição à circulação --incluindo a prisão de pessoas que desrespeitassem o distanciamento social-- caso o nível de adesão ao isolamento social no Estado não chegasse ao patamar de 60%, o que não aconteceu, de acordo dados do sistema de monitoramento do governo paulista feito por meio dos dados das operadoras de telefonia móvel anunciados por Doria.
Segundo o governo estadual, o índice de adesão ao isolamento necessário para dar tempo para o sistema de saúde se preparar para a pandemia é de 70%.
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, já havia avisado que o órgão irá ao Judiciário contra governadores que adotarem "medidas restritivas de direitos fundamentais dos cidadãos".
Na entrevista coletiva desta segunda, Doria não quis comentar a nota divulgada pela AGU, argumentando que não foram tomadas medidas e que o texto tratava de expectativas.
"Sobre a AGU, eu prefiro não comentar, porque não houve nenhuma medida. O fato de haver expectativa, expectativas eu não comento. Comento sobre fatos reais, efetivos", declarou Doria.
Doria tem entrado em atrito constante com o presidente Jair Bolsonaro por causa das medidas de restrição à circulação para conter o avanço do coronavírus, que tem 8.755 casos confirmados no Estado, com 588 mortes. No Brasil, o número de casos confirmados é de 22.169, com 1.223 mortes.
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