O governador de São Paulo, João Doria, disse em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 26, que "não sabia" que a tecnologia usada no desenvolvimento da ButanVac é importada. Ele anunciou a nova vacina contra a covid-19 na sexta-feira e, na ocasião, afirmou que o imunizante é totalmente nacional, omitindo a contribuição de pesquisadores dos Estados Unidos.
Em resposta a um jornalista, Doria disse que "não tinha essa informação" de que a tecnologia da ButanVac veio dos Estados Unidos. "Mas entendo que a ButanVac é uma vacina nacional", reforçou o governador. "Se ela tem tecnologia internacional é uma boa contribuição, isso é positivo. Temos que combater essa pandemia com todas as forças disponíveis no Brasil e no mundo".
O governador também disse estar confiante de que a análise da Anvisa será feita no "menor tempo possível" para que os ensaios clínicos de fases 1 e 2 iniciem logo. Ele afirmou que a relação do governo paulista com a Anvisa é boa e disse que a agência teria colocado a avaliação da ButanVac como prioridade.
No mesmo dia em que São Paulo apresentou a nova vacina, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, também anunciou o desenvolvimento de outra vacina nacional, a Versamune. De acordo com o ministro, o pedido de análise da vacina foi feito à Anvisa na última quinta-feira, um dia antes dos anúncios. Questionado sobre a vacina anunciada pelo governo federal, Doria mandou o ministro "acelerar".
Entrega de vacinas
Nesta segunda-feira o governador também anunciou a entrega de cinco milhões de doses de CoronaVac produzidas pelo Butantan ao Ministério da Saúde. Este é o maior lote de doses envasadas pelo instituto. Ao todo, já foram entregues 32,8 milhões de doses ao País. Até o fim de agosto o instituto deve disponibilizar 100 milhões de doses do imunizante.
Atualmente, 85% das vacinas aplicadas no País são CoronaVac. O Butantan informou que dobrou o quadro de funcionários da linha de envase para agilizar a produção da vacina. Entre os dias 6 e 8 de abril está prevista a chegada de uma nova remessa de insumo farmacêutico ativo (IFA) para produzir mais três milhões de doses do imunizante.