Ao criticar ações de governadores e prefeitos durante a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro se referiu ao ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas, falecido em maio, como "o outro que morreu", ao conversar com apoiadores no Palácio da Alvorada na manhã desta segunda-feira, 2.
"Um fecha São Paulo e vai para Miami. O outro, que morreu, fecha São Paulo e vai ver Palmeiras x Santos no Maracanã", disse. A declaração foi criticada pelo PSDB e pelo governador de São Paulo, João Doria. "A desumanidade de Bolsonaro, agredindo de forma covarde Bruno Covas, só demonstra ainda mais sua falta de respeito pelos vivos e pela memória dos mortos", escreveu Doria no Twitter.
Torcedor do Santos, Covas assistiu, em janeiro, a final da Copa Libertadores no Maracanã ao lado do filho ao mesmo tempo em que tinha determinado o fechamento de estabelecimentos comerciais e restaurantes para conter a disseminação do coronavírus. À época, Covas se defendeu em publicação feita no Instagram afirmando que era um "pequeno prazer" num momento que vivia "incertezas sobre a vida".
O PSDB afirmou que "Bolsonaro não respeita os vivos, os mortos, as instituições, a democracia, o bom senso. Agora ataca até a memória de Bruno Covas, prefeito eleito por milhões de paulistanos". Em seguida, o partido do ex-prefeito parafraseou Covas em imagem publicada no Twitter. "É possível fazer política sem ódio, fazer política falando a verdade".
Bruno Covas morreu no dia 16 de maio, em decorrência de um câncer da transição esôfago gástrica. Ele lutou contra a doença por um ano e meio e durante a campanha eleitoral.