O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira, 1º, que não causa preocupação ao governo o tombo histórico de 9,7% do Produto Interno Bruto (PIB), no segundo trimestre deste ano na comparação com os três primeiros meses do ano.
"Isso é impacto do raio que caiu em abril", afirmou Guedes, no Palácio da Alvorada, em referência aos impactos da crise do coronavírus na economia brasileira. Ele participou do anúncio da prorrogação do auxílio emergencial até dezembro ao lado do presidente Jair Bolsonaro e de líderes do Congresso.
Os efeitos da pandemia de covid-19 sobre a economia, apesar de percebidos ainda em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março. Para conter a disseminação da doença e o colapso do sistema hospitalar, o Brasil adotou o isolamento social em boa parte do território, o que afetou a atividade econômica. Os efeitos negativos foram percebidos principalmente em março e abril.
O resultado divulgado nesta terça é a queda mais intensa desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996. Até então, o maior tombo já registrado no País tinha ocorrido no quarto trimestre de 2008 (-3,9%). Com o desempenho, o Brasil entrou oficialmente em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade.
"Isso é de impacto lá atrás. Estamos decolando em 'V'", disse Guedes usando a metáfora para explicar que após uma queda rápida da atividade, deve acontecer também uma alta na mesma intensidade.