Em 11 dias, Covid-19 cresce 467% em áreas carentes do Rio

Extensa região em que vivem cerca de 2 milhões de pessoas, na zona oeste da cidade, passa a ser o epicentro da pandemia na capital carioca

18 abr 2020 - 10h14
(atualizado às 10h28)

Uma parte importante do Rio, que abriga bairros populosos como Bangu, Campo Grande e Santa Cruz, entre outros, na zona oeste da cidade, teve um crescimento muito veloz de casos de contaminação pela covid-19 nos últimos 11 dias. Saltou de 67 infectados para 313 – um aumento de 467% no período. A região concentra muitas favelas e apenas uma reduzida parcela de seus moradores consegue manter um padrão de vida regular.

Centro comercial de Bangu, bairro onde incidência da covid-19 tem aumentado bastante
Centro comercial de Bangu, bairro onde incidência da covid-19 tem aumentado bastante
Foto: Divulgação

A área em questão abrange 21 bairros. Onze dias atrás, nenhum deles figurava entre os locais com número expressivo de contaminados pela covid-19, de acordo com dados da prefeitura. Santa Cruz, por exemplo, só registrava um morador com a doença em 7 de abril. Agora, são 21.

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Outro salto desproporcional se deu em Campo Grande, onde moram mais de 300 mil pessoas. Estava com nove confirmações de covid-19 no dia 7. Chegou ao dia 17 com 79 casos diagnosticados. Bangu, no mesmo período, pulou de 15 para 55.

Bangu, Campo Grande e Santa Cruz são os mais representativos entre os 21 bairros da faixa mais carente da zona oeste – em contraponto à Barra da Tijuca, Recreio e região de Jacarepaguá, também na mesma zona, onde há maior concentração de famílias com boas condições de vida.

Para se ter uma ideia dessa onda crescente do coronavírus, espalhando-se com rapidez por regiões mais pobres do Rio, pode-se comparar qual foi o aumento de casos, no mesmo período, na zona sul carioca – considerando-se os cinco bairros dali com mais incidência de covid-19 – Copacabana, Leblon, Botafogo, Ipanema e Flamengo.

De 7 de abril a 17 de abril, esses locais passaram de 363 a 526 infectados, um aumento de 45% de novos casos.

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Fonte: Sílvio Barsetti
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