Em painel na OMS, Queiroga apela para que países enviem doses extras de vacina ao Brasil

O ministro da Saúde ainda disse que a vacinação contra a covid-19 não está atrasada no País e que todos os brasileiros serão vacinados até o final deste ano

30 abr 2021 - 12h32
(atualizado às 16h31)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou de uma coletiva de imprensa conduzida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na manhã desta sexta-feira, 30. Ele disse que só a vacinação em massa é capaz de amenizar a pandemia no País e apelou para que países com doses extras da vacina contra a covid-19 enviem os imunizantes que estão sobrando ao Brasil.

Queiroga defendeu que o acesso à vacina deve ser proporcional à gravidade da emergência de saúde em cada país. Dessa forma, nações onde a transmissão do vírus está totalmente fora de controle, como no Brasil, deveriam receber mais doses. "Apelo para aqueles países com doses extras que compartilhem essas vacinas com o Brasil de modo a conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas variantes".

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou de coletiva de imprensa organizada pela OMS
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou de coletiva de imprensa organizada pela OMS
Foto: Reprodução/OMS / Estadão

O ministro afirmou que não há atrasos na vacinação no Brasil e que o País tem capacidade para vacinar até 2,4 milhões de pessoas por dia. Esse patamar só não está sendo atingido, segundo Queiroga, em razão das "dificuldades resultantes da escassez de vacina." Ele disse que o País está prestes a assinar um novo acordo de mais 100 milhões de doses com a Pfizer. "Temos doses suficientes para o segundo semestre e é possível se garantir que até o final do ano de 2021 tenhamos a nossa população inteiramente vacinada."

As parcerias da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a AstraZeneca e do Instituto Butantan com a Sinovac para produção de vacinas em território nacional foram exaltadas pelo ministro, que agradeceu à China pela cooperação. "Contamos com a cooperação fundamental da República Popular da China, que produz o IFA necessário e permite exportá-lo ao Brasil", falou.

Sobre o impasse em torno da vacina Sputnik V, que teve pedido de importação negado pela Anvisa, Queiroga disse que o governo vai aguardar a palavra final do órgão regulatório e também do Supremo Tribunal Federal (STF). Mariângela Simão, diretora-assistente da OMS, afirmou que a organização já começou a colher informações sobre a vacina russa e pretende fazer a análise do imunizante em julho.

A coletiva também abordou a situação crítica que o Brasil e outros países latino-americanos enfrentam em razão da pandemia. Mariângela expressou "extrema tristeza" pelas mais de 400 mil vítimas da covid-19 no Brasil. "Infelizmente constatamos que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitáveis, assim como outras que virão, se a gente reduzisse a transmissão comunitária do vírus", falou.

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Ciro Ugarte, diretor do Departamento de Emergências em Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), disse que a América Latina e o Caribe precisa receber mais vacinas e financiamento para comprar equipamentos de proteção individual, remédios, oxigênio medicinal e testes de covid para enfrentar possíveis novas ondas.

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