Dependente do turismo, a Espanha espera reabrir suas fronteiras a visitantes perto do final de junho, já que está saindo do isolamento do coronavírus, disse um ministro nesta segunda-feira, um impulso muito necessário para o setor de viagens devastado.
Na semana passada, Madri surpreendeu seus parceiros da União Europeia ao impor uma quarentena de duas semanas a todos os viajantes do exterior e manter o fechamento das fronteiras, dizendo serem medidas necessárias para evitar importar uma segunda onda da Covid-19.
Mas a medida foi concebida para ser temporária, e o ministro dos Transportes, José Luis Ábalos, disse que ela será suspensa gradualmente ao mesmo tempo em que as viagens serão permitidas dentro da Espanha, cujas regiões estão amenizando as restrições em fases diferentes
"Não podemos permitir que estrangeiros viajem enquanto a população espanhola está confinada", disse ele à emissora TVE. "A partir do final de junho, começaremos a atividade turística, espero... precisamos tornar a Espanha um país atraente do ponto de vista da saúde."
O turismo responde por mais de 12% da produção econômica da Espanha. Mesmo com uma reabertura das fronteiras no final de junho, os rendimentos da indústria cairão entre 93 bilhões e 124 bilhões de euros, estimou o grupo Exceltur em um relatório no mês passado.
Uma das nações mais atingidas, com 27.650 mortes e 231.350 infecções, a Espanha está relaxando lentamente um isolamento rigoroso que vigora desde meados de março e que impediu as pessoas de saírem até para se exercitar durante semanas.
Restaurantes e bares estão reabrindo gradualmente, mas seus funcionários sabem que a clientela será escassa.
Na cidade mediterrânea de Valência, a gerente de restaurante Cristina Gonzalo e sua equipe começaram a preparar cedo seu bar à beira-mar. Um garçom media minuciosamente o espaço entre as mesas para ter certeza de que ele se ajusta às exigências de distanciamento social.
Gonzalo disse que teve dúvidas sobre a reabertura, mas que ficou contente de estar ajudando os funcionários, que estavam de licença por causa do programa de dispensas temporárias do governo.
A epidemia sobrecarregou os serviços de saúde e golpeou a economia, que pode encolher entre 9,5% e 12,4% neste ano, seguida por uma recuperação de 6,1% a 8,5% em 2021, disse o presidente do Banco da Espanha, Pablo Hernández de Cos.
O desemprego aumentou acentuadamente em março e abril, elevando ao recorde de 5,2 milhões o número de pessoas dependentes de seguro-desemprego.
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