Estados estão prontos para vacinar crianças, mas se preocupam com adesão dos pais

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as vacinas pediátricas contra a covid chegarão ao País na segunda quinzena de janeiro; aplicação está autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 16 de novembro

4 jan 2022 - 15h10

Os governos estaduais antecipam tarefas administrativas relativas à vacinação de crianças de 5 a 11 anos para ganhar tempo e buscam formas de agilizar a distribuição à espera das doses para iniciar a imunização. Por outro lado, alguns secretários de Saúde mostram preocupação em relação à adesão dos pais à vacinação.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira, 3, que as vacinas pediátricas contra a covid-19 chegarão na segunda quinzena de janeiro. A aplicação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos está autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 16 de dezembro.

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O tema enfrenta oposição do presidente Jair Bolsonaro e de sua base ideológica. Bolsonaro entrou em conflito com técnicos da Anvisa, após dizer que divulgaria os nomes dos servidores que autorizaram a aplicação do imunizante em crianças. Na opinião do presidente, as mortes de crianças por covid-19 não justificam a adoção de uma vacina contra a doença. Ela também informou que não vai imunizar sua filha Laura, de 11 anos.

Em meio à indefinição do cronograma da vacinação das crianças, o Ministério da Saúde criou uma consulta pública para manifestação da sociedade civil sobre o tema. O instrumento, criticado por especialistas, foi fechado neste domingo, 2. Nesta quinta-feira, dia 5, o órgão vai formalizar a decisão.

Os estados afirmam que estão prontos. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) afirma que "todos os Estados estão preparados para que a distribuição ocorra no menor prazo possível, mitigando os impactos da demora na liberação e no fornecimento dos insumos pelo Ministério da Saúde".

A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo afirma que "a imunização começa imediatamente após o envio dos imunizantes da Pfizer por parte do Ministério da Saúde". Para ganhar tempo, o órgão informa que iniciou a impressão de 4,5 milhões de carteirinhas de vacinação que serão usadas pelo público infantil. "A antecipação de etapas administrativas é considerada fundamental para agilizar a aplicação em crianças", diz outro trecho da nota.

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O Paraná promete distribuir as doses para os municípios em até 24 horas, com uma descentralização imediata, mas destaca que a estratégia operacional cabe aos municípios.

O cenário é semelhante no Rio Grande do Norte, mas o secretário de Saúde Cipriano Maia faz um alerta. "Não teremos dificuldades logísticas nem de aplicação pelos municípios, só dependerá da disponibilidade de vacinas e da adesão dos pais e responsáveis", afirma o especialista.

A secretaria do Mato Grosso do Sul também destaca a importância da adesão dos pais. "A velocidade da sua aplicação dependerá essencialmente da adesão dos pais e responsáveis legais em levar seus filhos para se vacinar", diz o órgão.

Alguns estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, informam que aguardam a quantidade de doses para definir a estratégia. A vacina contra a covid-19 para o público infantil da Pfizer/BioNTech foi autorizada pela Anvisa para uso no Brasil no dia 16 de dezembro. O imunizante apresenta dosagem menor e composição diferentes do imunizante utilizado para maiores de 12 anos. A formulação pediátrica é de duas doses de 0,2 mL, com pelo menos 21 dias de intervalo entre as doses.

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A maioria dos Estados não vai pedir prescrição médica para vacinar crianças. A postura vai na contramão do entendimento do Ministério da Saúde, que publicou um documento no dia 25 de dezembro afirmando que a imunização dessa faixa etária deverá ser realizada com a autorização dos pais ou responsáveis e com a apresentação do pedido médico. "É urgente vacinarmos nossas crianças e não podemos colocar nenhum empecilho para proteger esse público o mais rápido possível", afirmou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Em nota, a secretaria do Rio de Janeiro lembra o procedimento em outras campanhas. "A exemplo do que já acontece com todos os imunizantes do calendário nacional de vacinação, não será necessária apresentação de prescrição médica para imunização de crianças no estado do Rio", informou o governo fluminense.

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