Amostras colhidas entre dos dias 24 a 28 de março confirmaram a circulação das variantes P1, P2 e B.1.1.7 - com predominância atual da P1 - na pandemia da covid-19 no estado do Rio de Janeiro.
A conclusão é do estudo que conta com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), com a aplicação de R$ 1,2 milhão. O estudo tem ainda a parceria do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Comunicações, o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Laboratório Central Noel Nutels do Rio de Janeiro (Lacen-RJ), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS).
Segundo a SES, o estudo do sequenciamento genético para identificação de novas variantes da covid-19 em circulação no estado do Rio foi ampliado. “O estudo, que busca entender mais sobre as modificações sofridas pelo Sars-CoV-2, é um dos maiores na área de sequenciamento do vírus da covid-19 do país”, afirmou a secretaria.
Na primeira etapa do estudo foram utilizadas 90 amostras, mas nos próximos seis meses serão analisadas cerca de 400 a cada 15 dias, somando ao fim 4.800 amostras.
Para a subsecretária de Vigilância em Saúde, Cláudia Mello, o monitoramento constante é essencial para o acompanhamento epidemiológico da doença. “Neste novo sequenciamento, foi observada a rápida substituição da linhagem P.2 pela P.1, que se apresenta predominante nesta terceira onda. Também foi percebida, em casos isolados, uma mutação na variante P1, que ainda requer aprofundamento nos estudos, visto que não apresenta alterações epidemiológicas significativas”, observou.
O novo estudo resulta de um sequenciamento genético de última geração, com dados captados em 17 municípios de todas as regiões do estado. Nos dados analisados neste período, a linhagem P1, que teve maior frequência, foi identificada em 94,44% das amostras, e em todas as regiões do estado. Nas regiões Metropolitana, Centro e Norte, a prevalência dessa variante alcançou 100%. Já a P2 foi identificada nas regiões Sul e Baixada Litorânea, e a B.1.1.7, nas regiões Médio Paraíba e Noroeste do estado.
O secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves, destacou que as áreas técnicas da SES têm feito acompanhamento constante de todos os dados da covid-19. “As informações obtidas pelo sequenciamento genômico permitem ter um panorama atual da evolução das variantes circulantes no estado e melhorar ações epidemiológicas, o que possibilita fortalecer as estratégias de combate à pandemia, que já vêm sendo tomadas pela secretaria”, afirmou o secretário.
De acordo com a secretaria, além desse estudo, há outros dois sequenciamentos em andamento, com amostras do estado do Rio de Janeiro, realizados pela Fiocruz e pelo Ministério da Saúde, que juntos, desde fevereiro, já analisaram 287 amostras, apresentando a prevalência da variante P1 nos sequenciamentos.