A Fórmula 1 cancelou todas as corridas previstas paras as Américas neste ano, incluindo o Grande Prêmio do Brasil, devido à pandemia de Covid-19, afirmou a categoria nesta sexta-feira, e anunciou ainda que acrescentou ao calendário deste ano três provas na Europa --Imola, Nuerburgring e Portimão, em Portugal.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo, o prefeito da capital paulista, que abriga a corrida desde 1990 no autódromo de Interlagos, Bruno Covas (PSDB), disse que respeita a decisão da categoria.
Além do GP Brasil, também foram canceladas as provas no Canadá, no México e nos Estados Unidos, que aconteceria no Texas, disse a Fórmula 1 em comunicado.
"Dada a natureza fluida da atual pandemia de Covid-19, restrições locais e a importância de manter as comunidades e os nossos colegas seguros, não será possível correr no Brasil, no México, nos EUA e no Canadá nesta temporada", afirmou a categoria.
No início deste mês, no dia 10 de julho, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a prova deste ano seria realizada e afirmou que a cidade de São Paulo tem contrato com a Liberty, dona dos direitos da Fórmula 1, para a realização da prova em 2020 e que a posição dos governos municipal e estadual é que esse contrato fosse cumprido. [nL1N2EH1N5]
Já nesta sexta, após o anúncio da Fórmula 1 do cancelamento da prova, Covas disse que a prefeitura respeita a decisão e que mantém as negociações com a categoria para renovar o contrato de realização de uma prova da Fórmula 1 em São Paulo, que vence ao final deste ano. Também presente na entrevista, Doria não comentou o cancelamento da prova.
"Não é uma decisão que afeta apenas São Paulo, mas todos os Grandes Prêmios das Américas... e respeitamos a decisão", disse Covas.
O prefeito disse que a o governo municipal informou a categoria que a situação da pandemia na cidade é menos grave do que no resto do Brasil e que a projeção para novembro, quando a prova seria realizada, apontava para uma situação melhor na cidade de São Paulo do que a registrada em alguns países europeus que já receberam GPs da Fórmula 1 neste ano.
"Queria informar que a gente continua as tratativas com a organização do evento para a prorrogação do contrato a partir do ano que vem", acrescentou ele, que disse ainda que a prefeitura cancelou uma licitação para uma reforma na pista de Interlagos diante do cancelamento da prova deste ano e da inexistência, ao menor por ora, de um contrato que garanta a prova no ano que vem.
Com a decisão desta sexta, será a primeira vez desde 1973 que o Brasil não fará parte do calendário oficial da Fórmula 1. Além de Interlagos, as provas também já foram realizadas no extinto autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Os cancelamentos anunciados pela F1 nesta sexta levam a 11 o número de provas suspensas do calendário original da temporada 2020 da Fórmula 1. As outras vítimas da Covid-19 na categoria foram os Grandes Prêmios da Austrália, França, Mônaco, Holanda, Azerbaijão, Cingapura e Japão.
O calendário revisado da categoria tem agora 13 provas, com a Fórmula 1 pretendendo realizar uma temporada mais curta com entre 15 e 18 GPs e as corridas finais no Barein e Abu Dhabi, em meados de dezembro.
Quinze provas é o mínimo necessário para cumprir os contratos de direitos de transmissão firmados com emissoras de TV.