Uma família antivacina está atrasando o transplante de coração de um menino no hospital Sant'Orsola de Bolonha, na Itália, porque não quer que a criança receba sangue de doadores vacinados contra a covid-19, informa o jornal Gazzetta di Modena nesta segunda-feira, 7.
O caso, que foi parar na justiça local, começou na última semana, com os pais da criança dizendo que não queriam que o menino recebesse sangue de pessoas vacinadas e que iria começar uma campanha em grupos 'no vax' para que doadores se apresentassem.
No entanto, o hospital, em parceria com o centro de transfusão de sangue, se nega a esperar todo esse tempo e alerta que todo o processo de doação é muito rígido e específico. Com a negativa do hospital, a família contratou um advogado e o caso foi parar no tribunal.
"É uma história que está andando há muito tempo e é um pedido absurdo ter sangue de não vacinados, sem nenhum embasamento científico. A escolha do sangue é ligada a critérios de compatibilidade muito precisos e não a caprichos de alguém. O sangue de pessoas vacinadas contra a covid é idêntico, por exemplo, a daquelas pessoas não imunizadas que contraíram o Sars-CoV-2 e se curaram, desenvolvendo também anticorpos", disse à ANSA o diretor do Centro Nacional de Sangue, Vincenzo De Angelis.
Além disso, o especialistas afirmou que a "doação específica é absolutamente desaconselhada por muitíssimos motivos". "A seleção do doador vem sob uma pressão psicológica e depois se escolhe o sangue pela melhor compatibilidade, não por familiaridade ou amizade. Se essas pessoas indicadas vieram doar sangue, são todas bem-vindas porque precisamos de estoque de sangue. As bolsas de sangue para transfusões, porém, pertencem a doadores rigorosamente anônimos", acrescentou.
Atualmente, conforme dados do Ministério da Saúde, mais de 91% da população italiana com mais de 12 anos já tomou ao menos uma dose da vacina, 88,3% já tomaram duas aplicações e 82,5% receberam as três injeções.