As favelas de Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta, na zona norte do Rio, agrupam em torno de 130 mil habitantes. Muitos em condições precárias. Para tentar amenizar um pouco a situação de uma parcela deles, a organização não governamental Pases (Projeto Assistencial Semente da Esperança) - Núcleo Parada de Lucas -, e o Projeto Luquinha (de cultura, esporte e educação) criaram em abril o ‘Sopão da Imunidade’.
Com duas dezenas de voluntários para arrecadar doações, comprar alimentos, preparar a sopa e entregá-la nas residências, o projeto abrangeu 150 pessoas em sua primeira edição, realizada em parceria com o ‘Projeto Comida Com Amor’, e agora elabora a repetição da ação para maio, com a possibilidade de atender 300 moradores.
Mais do que degustar uma sopa que leva carne desfiada de frango, hortaliças, batata, cenoura, inhame, muito alho, cebola e macarrão, os que são agraciados com a iguaria aprendem a fazer um prato simples, que alimenta e é de fácil multiplicação.
“Tem um sentido didático. Muitos podem fazer a sua refeição e doar um prato para o vizinho. É uma ação para tratar da questão da alimentação saudável, aproveitando esse momento muito grave de crise sanitária, com a expansão da covid-19, e escassez de tudo em áreas mais pobres”, explica Monica Xavier, moradora de Parada de Lucas e coordenadora do Pases – Núcleo Parada de Lucas.
Em abril, quando o ‘Sopão da Imunidade” foi lançado, houve a distribuição de um kit com balde, um litro de cloro, detergente, desinfetante e pano de chão para quem recebeu a marmita de isopor com o caldo. Para adultos, a sobremesa era uma fruta. Às crianças, chocolate. A tendência é que isso seja mantido, dependendo apenas das doações.
“O ‘Sopão da Imunidade’ já virou uma ação social nacional, espalhou-se pelo núcleo do Pases em Brasília, que fica na Favela Sol Nascente, localizada na zona rural de Ceilândia; em Caxias (RJ), na favela Managuá; e no Rio Grande do Sul”, conta Mônica
Nas três favelas da zona norte carioca, há registros diários de gente com fome, sem nada em casa para comer. A fim de ajudar a minimizar a situação emergencial dessas comunidades, a professora da FAU-UFRJ e do Mestrado Profissional em Arquitetura Paisagística da universidade, Patricia Maya, engajou-se na campanha de doações para os moradores da região. Preparou um texto resumindo as necessidades prementes de quem mora ali.
“Há urgência de alimentos, água, kit de higiene e material de limpeza. São mais de mil pessoas cadastradas e estamos falando de locais pouco visíveis na mídia”, diz Patricia.
Quem quiser colaborar, pode entrar em contato pelo e-mail mubrjcapital@gmail.com ou pelo telefone 21 97375-6483.