Fim da farra: tráfico decreta 'lockdown' em favelas do Rio

Ordem dos “donos do movimento” é evitar bailes e aglomerações

1 abr 2021 - 16h34
(atualizado às 16h49)

Favelas do Rio de Janeiro, onde o comando pertence ao tráfico de drogas, determinaram entre terça (30) e esta quinta-feira o cancelamento de bailes e festas que causem aglomerações. Tudo isso para evitar a propagação da covid-19.

Traficantes de favelas do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, também decretaram lockdown para evitar disseminação do coronavírus na região
25/03/2020
REUTERS/Lucas Landau
Traficantes de favelas do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, também decretaram lockdown para evitar disseminação do coronavírus na região 25/03/2020 REUTERS/Lucas Landau
Foto: Reuters

Facções criminosas chefiadas por traficantes impuseram a ordem em várias comunidades do Rio e região metropolitana. Em São Gonçalo, na Favela do Barro Vermelho, a determinação foi expressa em recados divulgados por redes sociais.

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“Não haverá nenhum tipo de evento na nossa comunidade para evitar a disseminação do vírus e proteger a todos”, diz o comunicado assinado por 'Tropa do Pivete', alcunha de Leilson Fernandes, apontado pela Polícia Civil como mandante naquela localidade.

Na Favela do Muquiço, em Guadalupe, zona norte do Rio, o tráfico mandou veicular por meio de alto-falantes mensagens que alertavam sobre a proibição de andar na comunidade sem máscara. Quem descumprisse a regra, sofreria represálias. “Ou vocês abraçam o papo ou o papo vai abraçar vocês”, terminava o aviso.

Já na Favela do Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, também na zona norte, cartazes espalhados pelas vielas informavam que, por duas semanas, estavam cancelados os bailes na área e que até mesmo churrascos e outros eventos mais privados teriam de ter a aprovação prévia dos traficantes locais.

A medida se espalhou por outras tantas favelas da cidade, como nas do Complexo da Maré, perto da sede da Fiocruz, e de municípios vizinhos, como Niterói, Nova Iguaçu, Nilópolis, Duque de Caxias, Cabo Frio, além de São Gonçalo.

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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