O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho primogênito do presidente Jair Bolsonaro, recebeu nesta quinta-feira, 22, no Rio de Janeiro, a primeira dose da vacina da AstraZeneca contra a covid-19. Flávio, de 40 anos, já poderia ter se vacinado há quase duas semanas, em 9 de julho, mas, aparentemente, preferiu esperar pela "repescagem". Bolsonaro pai ainda não se vacinou. Nestas quinta e sexta, a prefeitura carioca deu uma segunda chance a quem tem mais de 35 anos e não fora imunizado.
Primeiro político da família Bolsonaro a anunciar que foi vacinado, Flávio postou um vídeo em redes sociais recebendo o imunizante do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Elogiou também o pai e presidente pela produção da vacina no Brasil. A CPI da Covid, porém, investiga ações e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia. Entre elas, estão irregularidades na compra de vacinas, como lentidão suspeita e supostos pedidos de propina.
"Temos que agradecer ao presidente já termos 164 milhões de doses distribuídas na data de hoje", diz Flávio, no vídeo, depois de receber a primeira dose da AstraZeneca. "O Ministro Marcelo Queiroga me vacinou com a AstraZeneca/Fiocruz, produzida no Rio de Janeiro, eficaz e bem mais barata que a de outros fabricantes. É o 'negacionista' garantindo a vacina no braço de todos os brasileiros."
Bolsonaro critica vacinas e resiste a se imunizar
Desde o ano passado, o presidente tem postura crítica em relação a vacinas, das quais desconfia e que desqualifica publicamente. Assim, fica em linha com posturas negacionistas e antivacinais, populares em alguns grupos na internet e entre seus seguidores. O mandatário é especialmente crítico à CoronaVac, vacina chinesa fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan, do Estado de São Paulo, governado por João Doria (PSDB). O tucano quer disputar a sucessão presidencial em 2022, por isso é duramente atacado por Bolsonaro.
Aos 66 anos, o chefe do Executivo já poderia ter se vacinado. Afirma, porém, que pretende esperar que toda a população do País seja imunizada para, então, receber a primeira dose.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), de 38 anos, filho Zero Dois do presidente, já poderia ter se vacinado nos dias 14 ou 15 deste mês, pelo calendário do Rio. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o Zero Três, de 37 anos, poderia ter se vacinado no último dia 12, em São Paulo. Se o fizeram, não o anunciaram. No vídeo, o ministro da Saúde também elogia o presidente.
"O governo fez um acordo para que o Brasil pudesse dominar a tecnologia e produzir a vacina aqui", afirma Queiroga. "Isso resultou numa vacina segura, eficaz e custo efetiva, já incorporada ao SUS."
Segundo o ministro, a incorporação da tecnologia para a produção da vacina fez o governo economizar R$150 bilhões. Queiroga replicou a postagem de Flávio Bolsonaro em suas redes, com as palavras:
"É isso ai, Flávio. Assim como você, milhares de brasileiros são vacinados todos os dias. Parabéns ao presidente que já garantiu 600 milhões de doses para o povo brasileiro. Até setembro, vamos ter vacinas para aplicar ao menos a primeira dose em toda a população acima dos 18 anos."
Segundo a agenda oficial do ministro, ele visitou o Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, a Clínica da Família Maicon Siqueira, na Barra, e o Hospital Federal da Lagoa, na Lagoa. No fim da tarde, estava prevista uma videoconferência com a presidente da Pfizer no Brasil, Marta Diez.