França começa a deter e multar quem sair de casa

País teve 108 mortos apenas na quinta-feira; total chega a 372

20 mar 2020 - 10h46

Com mais de 10 mil casos de coronavírus, o governo francês passou a deter e multar os habitantes que desrespeitarem as regras de confinamento impostas pelas autoridades. Um homem foi detido em Bruay-la-Buissière, na região de Pas-de-Calais, norte do país, por colocar em perigo outras pessoas com a "violação deliberada de medidas para prevenir e limitar as consequências das ameaças à saúde", informou uma fonte policial ao jornal Parisien. O jornal informa que o mesmo ocorreu com outras quatro pessoas em Seine-Saint-Denis, na região Île-de-France.

O primeiro a ser detido, em Pas-de-Calais, fazia parte de um grupo de pessoas tomando álcool na rua. Ele havia sido multado por não ter documentos para estar fora do confinamento. Os outros quatro de seu grupo fugiram após abordagem das autoridades.

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Nesta sexta-feira, 20, a polícia intensificou verificações de segurança nas estações de trem de Paris. Qualquer passageiro sem a documentação necessária para justificar sua viagem pode ser multado em 135 euros (RS$ 728).

A França fechou todos os restaurantes, cafés, cinemas e lojas de varejo que não são essenciais no início da semana. Trabalhar em casa virou regra para os funcionários que podem fazer isso. As únicas empresas com permissão para abrir devem aplicar medidas de distanciamento social, encorajar os clientes a lavarem as mãos e oferecer produtos para desinfecção. A medida inicialmente previa 15 dias de confinamento, mas, segundo o jornal Le Monde, deve ser ampliada.

O país teve 108 mortes em decorrência da covid-19 na quinta, o maior número registrado no país. No total, são 372 mortes e 10.995 contaminações. A média de idade dos contaminados é de 60 anos.

Mulher usa máscara em região central de Porto Alegre  19/3/2020 REUTERS/Diego Vara
Mulher usa máscara em região central de Porto Alegre 19/3/2020 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu que a população que mantenha em funcionamento supermercados, locais de produção e outras lojas importantes - como farmácias - em meio a restrições impostas para combater a rápida disseminação do coronavírus. "Precisamos manter o país funcionando", afirmou. Como muitos trabalhadores expressam medo do vírus, o governo francês tenta encontrar o equilíbrio entre as restrições e a manutenção da economia.

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Como medida para garantir o abastecimento do país, veículos pesados terão uma autorização excepcional para circular no país a partir de domingo. O Senado francês também votará uma lei de urgência sanitária por dois meses.

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