França relata centenas de mortos em casas de repouso

País é o quarto a ultrapassar a marca de 4 mil mortes do coronavírus

2 abr 2020 - 11h09
(atualizado às 11h26)

Ao menos 570 pessoas já morreram em casas de repouso de uma região do leste da França durante o surto de coronavírus, o que eleva a possibilidade de um número muito maior de mortes ligadas à doença em todo o país.

A França se tornou o quarto país a ultrapassar a marca de 4 mil mortes do coronavírus na quarta-feira, mas esta cifra não inclui óbitos ocorridos fora dos hospitais.

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Homem com máscara de proteção passa por placa "Salve vidas, fique em casa" na França
01/04/2020
REUTERS/Charles Platiau
Homem com máscara de proteção passa por placa "Salve vidas, fique em casa" na França 01/04/2020 REUTERS/Charles Platiau
Foto: Reuters

As mortes em casas de repouso aumentaram nos últimos dias, com dezenas de mortes relatadas pelo país. Autoridades não relacionaram as mortes com o coronavírus, levando em conta a idade e o estado de saúde de muitos dos falecidos.

"Até 31 de março, 411 das 620 casas de repouso da região foram afetadas pelo Covid-19", afirmou a autoridade de saúde pública da região do Grande Leste em comunicado. "Quinhentas e setenta pessoas morreram no total".

A região do Grande Leste foi a primeira da França a ficar sobrecarregada por uma onda de infecções que se disseminou rapidamente no oeste e abarcou a região da grande Paris, onde os hospitais estão tentando desesperadamente acrescentar leitos de tratamento intensivo para lidar com o influxo de pacientes em estado grave.

A agência nacional de saúde atualizará suas cifras em breve para incluir as casas de repouso e pessoas que podem ter falecido em casa por causa do vírus. Quase 1 milhão de pessoas moram nas cerca de 7 mil casas de repouso francesas.

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Na semana passada, agências de saúde de todo o país confirmaram publicamente cerca de 100 mortes nestes estabelecimentos. Isso inclui 19 mortes desde 20 de março em uma casa do sudeste, informou a agência de saúde local na quarta-feira.

O setor pediu exames para todos seus profissionais, já que muitas vezes o vírus entra nestas casas através dos funcionários.

Ainda em março, representantes graduados das casas de repouso alertaram o Ministério da Saúde que os profissionais precisam de 500 mil máscaras e que ao menos 100 mil pessoas poderiam morrer se a situação não for controlada.

"Temos que limitar o impacto nos idosos, já que sabemos que eles são os mais frágeis. Precisamos de meios. Precisamos de máscaras em estabelecimentos e nas casas das pessoas", disse Romain Gizolme, chefe de uma associação de cuidados de idosos.

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