O governo Jair Bolsonaro tenta conquistar o apoio dos Estados Unidos para o recém-lançado Plano Pró-Brasil para a retomada econômica pós-covid-19. A cooperação foi discutida na manhã desta quinta-feira, 23, em uma reunião no Palácio do Planalto entre o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, e o embaixador americano Todd Chapman. Outro ponto da conversa foi o enfrentamento à pandemia nos dois países.
Os detalhes da possível cooperação pós-covid, no entanto, ainda não foram definidos. Uma das hipóteses seria uma contribuição para a retomada econômica por meio de investimentos de empresas americanas já instaladas no Brasil.
Na semana passada, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que os Estados Unidos ajudarão o Brasil na crise do novo coronavírus apenas depois que a situação doméstica melhorar.
Em entrevista ao Estado, a porta-voz do Departamento de Estado americano Morgan Ortagus afirmou que o secretário foi "mal interpretado". Segundo ela, Pompeo se referiu "apenas a exportar equipamentos de proteção individual", mas outras formas de cooperação e financiamento poderiam ser estabelecidas mesmo durante o pico da crise nos EUA.
Apesar disso, os americanos evitaram fazer promessas ao governo brasileiro no encontro no Palácio do Planalto.
Lançado na quarta-feira, 22, o Plano Pró-Brasil de recuperação econômica pós-covid-19 deve começar a ser implantando em larga escala a partir de outubro. O cronograma de elaboração do programa foi apresentado pelo ministro-chefe da Casa Civil, apesar das divergências com a equipe econômica.
O programa havia sido batizado informalmente de Plano Marshall, mas o ministro negou inspiração na estratégia americana de financiar a reconstrução e recuperação dos países aliados após a Segunda Guerra Mundial. "Não existe nenhum plano Marshall. Existe o Pró-Brasil. Plano Marshall é outra coisa. Isso não é um programa de recuperação econômica. É de crescimento econômico e social", disse Braga Netto, que, ao longo da resposta, usou depois algumas vezes a palavra recuperação econômica.
A primeira reunião de trabalho será nesta sexta-feira, 24, quando cada ministro vai levar suas propostas. A fase de estruturação será feita entre maio a julho. Os detalhes dos projetos serão definidos em setembro para a implantação a partir de outubro.