Governo deixará de divulgar cronograma de vacinação

Mudança foi confirmada ao Estadão; ministério argumenta que dados devem ser coletados diretamente com os fabricantes

9 abr 2021 - 11h57
(atualizado às 12h39)

Depois de alterar ao menos cinco vezes o cronograma de entrega de vacinas para covid-19, o Ministério da Saúde decidiu que não irá mais divulgar a previsão de doses que espera receber a cada mês. A mudança foi confirmada ao Estadão pela própria pasta. O ministério argumenta que esses dados devem ser coletados, agora, diretamente com os fabricantes.

Queiroga fala durante entrevista no Palácio do Planalto
 24/3/ 2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Queiroga fala durante entrevista no Palácio do Planalto 24/3/ 2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Os primeiros cronogramas de entrega de vacinas foram divulgados em fevereiro, quando o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello tentava esfriar críticas sobre a demora do governo federal em apresentar estas projeções. As versões iniciais desse documento já se mostravam inviáveis.

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Ao prever o número de doses fornecidas mês a mês a Estados e municípios, a Saúde ignorava atrasos na entrega de insumos farmacêuticos ativos (IFA) para a produção de vacinas na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Instituto Butantan. Também somava dados da Sputnik V e Covaxin, imunizantes que ainda sem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Pela previsão de fevereiro, o Brasil encerraria o mês de março com 68 milhões de imunizantes distribuídos. Segundo dados dessa quinta-feira, 8, foram entregues 45,2 milhões de doses.

Em 24 de março o presidente Jair Bolsonaro compartilhou um cronograma de vacinas, que já está defasado. A importação de doses da Covaxin, fabricadas na Índia, por exemplo, nem sequer foi aprovada pela Anvisa.

Os principais acordos do Brasil são com Butantan e Fiocruz, que entregam a CoronaVac e vacina de Oxford/AstraZeneca. A produção desses laboratórios depende principalmente da entrega do IFA ao País.

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O Butantan afirma que concluirá a meta de entregar ao governo federal 46 milhões de vacinas até o fim deste mês, somando o volume já distribuído (38,2 milhões). Já a Fiocruz espera enviar 26,5 milhões de vacinas até o começo de maio, também considerando as 8,1 milhões de unidades já fabricadas.

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