SÃO PAULO - A adesão da população de São Paulo ao isolamento social como forma de evitar a propagação do novo coronavírus ficou em 55% neste sábado (11). Na quinta-feira, o índice de isolamento social atingiu apenas 47%. O governo de São Paulo afirma que o ideal é 70% de isolamento para conter o avanço da doença no Estado, o mais afetado no País, com o maior número de mortes e casos confirmados.
A taxa de isolamento vem sendo medida pelo governo paulista com o apoio das operadoras de telefonia e é referente a 40 cidades com população acima de 30 mil habitantes.
"Espero que não tenhamos que chegar nesse patamar, mas se for necessário faremos em defesa da vida", afirmou Doria na sexta-feira."Vamos fazer o teste neste final de semana. Se não elevarmos esse nível, que hoje é de 50%, para mais de 60% e caminharmos para 70%, na próxima semana, não apenas o governo do Estado, como também a prefeitura de São Paulo, tomarão medidas mais rígidas", disse.
De acordo com o governo paulista, se a taxa continuar baixa, o número de leitos disponíveis no sistema de saúde não será suficiente para atender a população. Levantamento do Ministério da Saúde deste sábado (11), mostrava que São Paulo tinha 560 mortes por coronavírus e outros 8.419 casos confirmados. Em todo o País, eram 1.124 mortes e 20.797 casos confirmados.
As cidades com o menor índice neste sábado foram Limeira e Presidente Prudente, interior do Estado, com apenas 47% de isolamento. Já São Vicente foi a cidade com o maior índice, 62%
A fala de Doria gerou reação da Advocacia-Geral da União. Em nota neste final de semana, o advogado-geral da União, André Mendonça, diz aguardar informações do Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) "para a propositura de medidas judiciais cabíveis com o objetivo de garantir a ordem democrática e a uniformidade das medidas de prevenção à covid-19".
"Como advogado-geral da União, defendo que qualquer medida deve ser respaldada na Constituição e capaz de garantir a ordem e a paz social. Medidas isoladas, prisões de cidadãos e restrições não fundamentadas em normas técnicas emitidas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa abrem caminho para o abuso e o arbítrio. Por fim, medidas de restrição devem ter fins preventivos e educativos - não repressivos, autoritários ou arbitrários", escreve Mendonça, que acrescenta: "É momento de bom senso e serenidade de todos."