O aposentado Héquel da Cunha Osório, 78 anos, foi notícia no mundo todo depois de intervir num ato pacífico na praia de Copacabana, na quinta-feira (11), quando ativistas pelos direitos humanos lembravam dos mais de 40 mil mortos pela covid-19 no País. Além disso, passou a ser hostilizado por vizinhos e pedestres que passam em frente ao prédio onde mora no Leblon, bairro da zona sul carioca.
Foi assim ao longo dos últimos dois dias e na manhã desta segunda. “Fascista!”, gritavam alguns ao identificar o prédio em que reside.
Perfis em redes sociais divulgaram o endereço de Héquel no fim de semana e o caso ganhou mais repercussão ainda com reportagem exibida pelo programa ‘Fantástico’, da TV Globo, na noite de domingo.
Na quinta, a organização não governamental ‘Rio de Paz’ colocou 100 cruzes numa larga faixa de areia de Copacabana, ao lado de covas rasas, a fim de prestar uma homenagem às vítimas do novo coronavírus. Héquel passava pelo local e resolveu derrubá-las uma a uma.
Naquele instante, também caminhava pelo local o taxista Marco Antônio do Nascimento Silva. Inconformado com a cena com a qual se deparava e citando o filho de 25 anos, que morrera por causa da doença, ele começou a fincar as cruzes de novo. Emocionado, pedia respeito a Héquel.
“Na portaria do prédio do aposentado, os funcionários são orientados a dizer que não há ninguém no apartamento dele, embora a gente veja as luzes da residência acesa”, contou ao Terra o engenheiro Rodolfo Santos, vizinho de Héquel. “Da minha varanda, eu ouço a reação de pessoas que protestam contra ele; algumas gritam ao passar de carro pela rua.”
Fim