Investidores se preparam para o pior quanto a balanços nos EUA

30 mar 2020 - 10h29

Investidores estão desesperados para ter uma visão mais clara dos resultados das empresas norte-americanas, já que a pandemia de coronavírus os obrigou a diminuir as expectativas antes do período de balanços financeiros do primeiro trimestre, que começa em meados de abril.

02/03/2020
REUTERS/Brendan McDermid
02/03/2020 REUTERS/Brendan McDermid
Foto: Reuters

Cada vez mais empresas dos EUA estão suspendendo suas perspectivas e alertando sobre o alto custo das operações em meio ao surto.

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O Twitter, na semana passada, retirou suas perspectivas de receita do primeiro trimestre e previu um prejuízo operacional, enquanto a Marriott International e a FedEx suspenderam as previsões para 2020.

O cenário dos lucros está piorando, mesmo após o Congresso aprovar um pacote de financiamento de 2 trilhões de dólares e as ações começaram a se recuperar após semanas de quedas que encerraram o mais longo 'bull market' dos EUA.

Os EUA superaram o nível de 100 mil casos, e ultrapassaram a China e a Itália como o país com mais casos de coronavírus.

"Nada está normal no momento, e até procurar oportunidades é como jogar dardos no escuro", disse Randy Frederick, vice-presidente de negociação e derivativos da Charles Schwab em Austin, Texas.

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Qualquer vislumbre de perspectiva para os lucros das empresas será fundamental nesta temporada de resultados.

As previsões de lucros caíram, com analistas projetando um declínio ano-a-ano de 2,9% no primeiro trimestre, 7,1% no segundo trimestre e 0,5% no ano de 2020, segundo dados da Refinitiv. Eles ainda estimam um ligeiro crescimento no terceiro e quarto trimestres.

"Em grande parte, as empresas estão dizendo, ouça, 'eu não sei o que está acontecendo. Estamos retirando nossa previsão. Você está por sua conta'", disse Jonathan Golub, estrategista-chefe de ações do Credit Suisse Securities nos EUA, em Nova York.

Como resultado, as previsões dos analistas estão subestimando a redução dos lucros, disse ele, estimando uma queda de 24,1% nos lucros operacionais agregados em 2020 para o índice S&P 500.

Sem as previsões, é provável que o número de empresas que superam as estimativas dos analistas de Wall Street esteja bem abaixo dos 70%-80% dos últimos anos, disse Nick Raich, presidente-executivo da The Earnings Scout, uma empresa de pesquisa independente, acrescentando que a taxa deverá ficar em torno de 35%.

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As estimativas de lucro estão sendo cortadas para as indústrias nas quais o impacto é mais óbvio: companhias aéreas, energia, cassinos, hotéis e resorts, disse ele, mas para muitos outros setores, o dano é menos claro.

Estrategistas também observaram que a perspectiva incerta de lucro combinada com a recente queda acentuada nas ações dificultava a avaliação da relação preço/lucro.

"É tolice olhar as avaliações agora", disse Robert Phipps, diretor da Per Stirling Capital Management em Austin, Texas.

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