Um grupo de promotores de Roma iniciou uma investigação nesta quarta-feira (30) após uma denúncia apresentada sobre possíveis ataques hackers sofridos nas últimas semanas pela empresa italiana de biotecnologia IRBM de Pomezia, que participa do projeto da vacina anti-Covid desenvolvida pela Universidade de Oxford.
O processo, coordenado pelos procuradores de Justiça, Angelatonio Racanelli e Michele Prestipino, foi aberto pelo crime de acesso abusivo ao sistema de informática. As investigações estão sendo realizadas pelo Centro Nacional de Cibercriminalidade para a Proteção de Infraestruturas Críticas, da Polícia Postal.
De acordo com as autoridades, o inquérito apura um possível acesso não autorizado aos sistemas operacional e de informática da IRBM, depois que, nas últimas semanas, o presidente da empresa alertou sobre investidas ilegais nos dados.
O executivo Piero Di Lorenzo afirmou que a IRBM "estava sob ataque de hackers de computadores há meses". Segundo o italiano, "as ações foram realizadas não por 'mãos inexperientes', não por 'simples garotos', mas por ataques muito violentos, feitos por profissionais".
O objetivo da investigação é identificar se os ataques foram feitos do exterior e, sobretudo, se tinha como ideal roubar informações relativas às pesquisas realizadas pela empresa para a criação da vacina contra o novo coronavírus Sars-CoV-2.
O imunizante da Oxford é um dos mais promissores para conter a pandemia, especialmente pelo seu baixo custo de produção e pelo fato de poder ser conservada em condições normais de refrigeração (2 a 8ºC). A vacina foi desenvolvida inicialmente em parceria com a empresa italiana Advent-IRBM, que produziu as doses das primeiras fases de testes. No fim de abril, a universidade britânica fechou um acordo com a AstraZeneca para produção e distribuição da candidata em nível global.