O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, indicou neste domingo (29) que o governo deve manter o toque de recolher noturno durante as festas de fim de ano para evitar um recrudescimento da pandemia do novo coronavírus.
A medida está em vigor desde 5 de novembro e proíbe deslocamentos entre 22h e 5h da manhã do dia seguinte, a não ser por "comprovados motivos de trabalho, necessidade ou saúde". Em entrevista à emissora Mediaset, Speranza defendeu a extensão da restrição.
"Acredito que sim", respondeu o ministro ao ser questionado pela apresentadora Barbara D'Urso se o toque de recolher valerá também no Natal e no Réveillon. "É uma norma já vigente, e acredito que deve ser confirmada mais uma vez. É uma das regras que nos permitiu iniciar um percurso gradual e cansativo para achatar a curva", acrescentou.
Nos últimos dias, a extrema direita italiana atacou o ministro das Relações Regionais, Francesco Boccia, após ele ter dito que não seria uma heresia realizar a missa do galo, tradicionalmente celebrada à meia-noite de 24 para 25 de dezembro, duas horas mais cedo.
Para partidos ultraconservadores, Boccia quer "decidir a hora do nascimento de Jesus". Em sua entrevista à Mediaset, Speranza deixou claro que o toque de recolher, se estiver em vigor, também valerá para a missa de Natal. "Deve ser respeitado por todos. Se tem um toque de recolher, tem um toque de recolher", disse.
A Itália tem atualmente cerca de 1,6 milhão de casos e 54,9 mil mortes na pandemia, mas a "segunda onda" vem dando sinais de desaceleração por causa das medidas restritivas.