As autoridades sanitárias da Itália esperam um "leve incremento" nos novos casos do coronavírus Sars-CoV-2 com a retomada das aulas presenciais no país, marcada para o dia 14 de setembro.
A Itália vive um crescimento nos contágios há cerca de dois meses e registrou 1.411 casos nesta quinta-feira (27), maior número desde o dia 6 de maio, ainda antes do fim da quarentena no país.
"A escola pode produzir um leve incremento do índice de transmissão. Esperamos, como está acontecendo no exterior, algum leve incremento", disse Agostino Miozzo, coordenador do comitê do governo de combate à pandemia, em audiência na Câmara dos Deputados.
A decisão de permitir a reabertura das escolas apenas no início do próximo ano letivo, em setembro, virou o principal motivo de críticas da oposição conservadora, que vem cobrando a demissão da ministra da Educação, Lucia Azzolina.
Para os partidos de direita, as aulas presenciais deviam ter voltado logo após o encerramento da quarentena, entre maio e junho. Ao todo, as escolas italianas completarão seis meses fechadas. A única zona que abrirá os colégios antes do restante do país é a província de Bolzano, em 7 de setembro.
As diretrizes do governo preveem a manutenção de distância mínima de um metro entre os estudantes, tanto na sala de aula como em ônibus escolares, e uso obrigatório de máscaras por crianças com mais de seis anos de idade. Alunos com deficiência também não precisarão utilizar a proteção.
O governo iniciou a distribuição de máscaras e álcool gel nos colégios nesta quinta-feira, enquanto as novas carteiras, com espaço para apenas um estudante, ao invés de dois, como acontecia até então, chegarão às escolas a partir desta sexta (28).
"Fizemos um trabalho enorme para garantir ao máximo a segurança de estudantes e de todos os funcionários", disse Azzolina em uma transmissão via streaming. A ministra deve ser alvo de uma moção de desconfiança preparada pela oposição no Parlamento.
O governo também preferiu não obrigar a medição de temperatura na entrada das escolas, deixando a tarefa para os pais. "Quase todos têm termômetro em casa", justificou Azzolina recentemente.