Lula faz apelo a Biden por discussão global sobre vacinas

Ex-presidente pediu cúpula do G20 para discutir o assunto

18 mar 2021 - 11h28
(atualizado às 14h07)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para o mandatário dos Estados Unidos, Joe Biden, convocar uma reunião urgente do G20 para discutir a distribuição global de vacinas anti-covid.

Lula durante vacinação contra Covid-19 em São Bernardo do Campo, em 13 de março
Lula durante vacinação contra Covid-19 em São Bernardo do Campo, em 13 de março
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A declaração foi dada em entrevista à CNN dos Estados Unidos, em meio à lentidão das campanhas de imunização na maior parte do mundo, especialmente nas nações mais pobres.

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"Eu tô sabendo que os Estados Unidos têm vacina, que os Estados Unidos não tá usando essa vacina. Essa vacina poderia ser, quem sabe, doada ao Brasil ou a outros países mais pobres que o Brasil e que não podem comprar", disse Lula.

O ex-presidente faz referência a vacinas anti-covid da AstraZeneca que estão estocadas nos EUA, mas ainda não têm autorização no país, que usa as fórmulas da Pfizer, Moderna e Janssen e já imunizou 73,67 milhões de pessoas com pelo menos uma dose.

"Mas uma sugestão que eu queria fazer ao presidente Biden através do seu programa: é importante convocar um G20 urgente. É importante convocar os principais líderes do mundo e colocar na mesa um único tema. Vacina, vacina e vacina!", acrescentou.

Lula ainda disse que não acredita no governo Bolsonaro e que também não pediria a mesma coisa para Donald Trump. "Mas o Biden é um sopro de um novo respiro para a democracia", declarou.

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Atualmente, a presidência rotativa do G20 é ocupada pela Itália, a quem cabe, em teoria, convocar reuniões extraordinárias do grupo. A próxima cúpula do G20 está marcada para 30 e 31 de outubro, em Roma.

Carta a Bolsonaro

Após a entrevista de Lula à CNN, a Secretaria de Comunicação do governo (Secom) divulgou nesta quinta-feira (18) o conteúdo de uma carta enviada por Biden a Bolsonaro em 26 de fevereiro.

Segundo a Secom, que não revelou o documento na íntegra, o presidente dos EUA "saudou a oportunidade para que ambos os países unam esforços, tanto em nível bilateral quanto em fóruns multilaterais, no enfrentamento aos desafios da pandemia".

Além disso, de acordo com o governo federal, Biden disse estar pronto para "trabalhar em estreita colaboração" com o Brasil e destacou que os dois países têm uma "trajetória de luta pela independência, defesa de liberdades democráticas e religiosas, repúdio à escravidão e acolhimento da composição diversa de suas sociedades".

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