O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender de forma veemente o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, garantindo que ele tem o apoio de toda a sociedade — "do parlamento, nem se fala". Para Maia, a despeito de todos os ataques que o ministro vem sofrendo do presidente Jair Bolsonaro, é um homem de responsabilidade e não vai pedir demissão durante a crise do coronavírus.
"Mandetta não vai pedir o boné mesmo com toda a adversidade". Maia, que participa de teleconferência promovida pelo jornal Valor Econômico, com a participação do economista-chefe do Banco Itaú, Mario Mesquita, lembrou que o ministro é dos quadros do seu partido, mas não foi escolhido por isso, foi escolha pessoal de Bolsonaro. Por isso mesmo, em sua avaliação, o conflito que o mandatário busca com ele não faz o menor sentido.
E destacou que se o mandatário preferir ouvir quem quer o cargo do ministro de forma oportunista, será uma decisão política, mas o presidente sabe da importância de Mandetta e sabe que o seu trabalho é reconhecido pelos brasileiros. "Mesmo sendo desautorizado, Mandetta cumpre papel fundamental baseado na ciência e é fundamental que ele não saia da condução dessa crise."
Para o presidente da Câmara, a despeito das bravatas de Bolsonaro, ele não tem coragem de tirar Mandetta e mudar a política que ele vem conduzindo no Ministério da Saúde: "Toda vez que Bolsonaro vem a público criticar Mandetta, mais atrapalha do que ajuda. Mandetta tem tranquilidade para não sair do trilho por pressão do presidente." E ironizou: "Covid-19 não é uma gripinha, Alcolumbre (presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que testou positivo para o coronavírus) vai dar um depoimento sobre isso."
Maia disse ainda que Bolsonaro parece comentarista de seu próprio governo e quer jogar a responsabilidade para os outros. E voltou a elogiar o titular da Saúde na condução da atual pandemia: "Governadores têm feito papel extraordinário sob orientação de Mandetta e o presidente critica governadores que seguem orientação de seu próprio ministro." E reiterou: "Mandetta tem todo o respaldo que precisar da Câmara dos Deputados."