Maioria dos brasileiros defende punir quem viola quarentena

Segundo Datafolha, 79% apoiam aplicação de algum tipo de sanção para quem desrespeita medida para conter avanço da pandemia

19 abr 2020 - 06h10
(atualizado às 09h12)

A grande maioria dos brasileiros defende a aplicação de punição para aqueles que desrespeitarem a quarentena imposta para conter o avanço da pandemia de covid-19 no país. O dado é de uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste sábado (18) pelo jornal Folha de São Paulo.

Segundo o levantamento, 79% dos entrevistados apoiam a aplicação de algum tipo de punição para quem desrespeitar a quarentena. Entre eles, 43% é favor de advertências verbais, outros 33% defendem a aplicação de multas e apenas 3% acredita que a prisão seria a punição ideal nestes casos. Já 18% dos brasileiros são contra o controle sobre a circulação de pessoas.

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Quarentena esvaziou ruas de São Paulo
Quarentena esvaziou ruas de São Paulo
Foto: DW / Deutsche Welle

Em relação aos tipos de punição, a pesquisa revelou que a aplicação de multas é a opção que conta com o maior apoio dos jovens entre 16 e 24 anos e assalariados com carteira assinada, 48%. Já a parcela da população mais rica prefere as advertências verbais - essa opção foi citada por 53% dos entrevistados que recebem de cinco a dez salários mínimos, entre os recebem mais de dez salários mínimos ficou em 51%.

A pesquisa do Datafolha ouviu 1.606 pessoas por telefone em todos os estados do país na sexta-feira. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O instituto também questionou os entrevistados sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro de demitir o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio à pandemia de covid-19. Os dados deste levantamento foram divulgados ainda na sexta-feira.

Segundo a pesquisa, 64% dos brasileiros avaliam que Bolsonaro "agiu mal" ao remover o chefe da Saúde, enquanto 25% responderam que ele "agiu bem". Outros 11% não souberam responder.

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Sobre a condução da crise pelo Ministério da Saúde sem Mandetta, 36% dos entrevistados acreditam que ela vai piorar, e 32% acham que vai melhorar. No lugar do ministro demitido, tomou posse nesta sexta-feira o médico oncologista Nelson Teich.

A pesquisa também avaliou o desempenho de Bolsonaro na gestão da pandemia, que oscilou positivamente desde o último levantamento do Datafolha, no início de abril, mas ainda dentro da margem de erro.

Agora, 36% consideram seu desempenho ótimo ou bom, 23%, regular, e 38% avaliam como ruim ou péssimo. Em comparação, no início do mês 33% aprovavam a gestão do presidente, 39% desaprovavam, e 25% a consideravam regular.

Segundo o Datafolha, o nível de reprovação de Bolsonaro é mais alto entre mulheres (41%), pessoas que recebem mais de dez salários mínimos (48%) e aqueles que possuem curso superior (46%).

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Questionados se o presidente tem capacidade para continuar comandando o Brasil, 52% disseram que sim e 44%, que não. Nesse quesito, homens são os que mais aprovam o mandatário (58% responderam "sim"), bem como habitantes da região Sul (também 58%).

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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