O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), afirmou em entrevista ao site da revista Veja não haver possibilidade de permanecer no governo do presidente Jair Bolsonaro. "São 60 dias de batalha. Isso cansa!", afirmou, em entrevista divulgada na noite desta quarta-feira, 16. Ele disse que fica no cargo só até se oficializar o nome de quem for substituí-lo — nome que ele próprio afirma desconhecer, apesar da garantia de ajudar quem quer que assuma a função.
Questionado sobre do que se trata o período de tempo citado, o ministro respondeu que foram "sessenta dias tendo de medir palavras". "Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante", comentou.
As críticas pouco disfarçadas trocadas entre ele e Bolsonaro deram a tônica das últimas semanas no Palácio do Planalto, culminando com a entrevista de Mandetta ao programa Fantástico, da Globo, no domingo — o próprio ministro admitiu depois ter "errado o tom" na aparição na emissora.
Apesar de ter dito não saber se, com a sua saída do governo federal, a política de combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil mudará, Mandetta afirmou que o vírus e a população "se impõem", e que a covid-19 "não negociou com (o presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump, não vai negociar com nenhum governo".
O ex-deputado federal desconversou sobre os próximos passos, como as supostas pretensões de concorrer ao governo do Mato Grosso do Sul em 2022, dizendo apenas que, agora, tem de trabalhar para "ganhar o pão". Negou, contudo, que vá trabalhar em Goiás, junto ao governador Ronaldo Caiado, também do DEM, ou até buscar um novo mandato no Congresso.
Por fim, Mandetta afirmou não ter se arrependido de ter entrado no governo de Bolsonaro. "Não me arrependo de nada."