Metade das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo está sem vacina da AstraZeneca para aplicação da segunda dose nesta quinta-feira (9). No total, 240 dos 468 postos estão sem essas doses, segundo informações do secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. O estoque atual do município é de cerca de 37 mil doses, o que não é suficiente para abastecer todas as unidades.
Aparecido diz que entrou em contato com o governo do Estado e com o Ministério da Saúde para resolver a situação. Até o momento, não há previsão de novas entregas à cidade. "Ontem (quarta-feira) a gente conseguiu remanejar doses entre as unidades, mas hoje não dá mais", fala o secretário.
De acordo com o porta 'De Olho Na Fila' da Prefeitura de São Paulo, que mostra a disponibilidade de doses nos pontos de vacinação, todos os drive-thru estão sem a vacina da AstraZeneca. Os postos montados em parques também não possuem o imunizante. Para conferir quais locais ainda possuem AstraZeneca basta acessar o portal da prefeitura, selecionar o posto desejado e clicar em 'disponibilidade 2ª dose'.
Questionado sobre a possibilidade de aplicar uma dose de Pfizer em quem recebeu a primeira de AstraZeneca, Aparecido diz que essa poderia ser uma saída viável se houvesse Pfizer em abundância. No momento, esses imunizantes estão sendo usados na vacinação de adolescentes, que têm aderido fortemente à campanha.
Dados do Ministério da Saúde compilados pelo Estadão por meio da plataforma Base dos Dados mostram que 137 mil pessoas deveriam receber a segunda dose da vacina entre esta quinta-feira e a sexta. Este é o número de vacinados com a primeira dose nos dias 17 e 18 de junho, há exatamente 12 semanas. Os números ainda não foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde.
As informações são oficiais e disponibilizadas pelo próprio ministério. No entanto, o preenchimento é de responsabilidade das gestões locais e é feito manualmente. Por isso, pode haver divergência entre os números encontrados pela reportagem.
O desabastecimento de AstraZeneca já estava no radar de gestores estaduais e municipais e esse cenário se tornou mais factível com os atrasos na entrega do imunizante anunciados pela Fiocruz na semana passada.