Moro diz que situação nos presídios está "sob controle"

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, admitiu que a situação está piorando mas que ainda está "sob controle"

13 abr 2020 - 18h56
(atualizado às 19h07)
Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública
Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública
Foto: Reprodução/Transmissão Rádio Jovem Pan / Estadão Conteúdo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira que a situação da população carcerária em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus está "sob controle", embora tenha admitido que o momento atual é pior que balanços anteriores.

Moro disse que "infelizmente" houve 3 casos de contaminação por Covid-19 entre presos confirmados: um no Pará, outro no Ceará e um terceiro no Distrito Federal. Sobre esse último caso, ele destacou que o detento foi identificado tardiamente com a doença e, por isso, é possível que ele tenha infectado outros 20 presos.

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Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da Justiça disse que presos infectados pelo vírus serão isolados para evitar contaminação, em linha com a estratégia adotada em todo o mundo. Ele frisou que até o momento não houve qualquer contaminação por presos do sistema penitenciário federal, citando que foram suspensas visitas nessas unidades prisionais.

Moro disse que essa suspensão das visitas de presos gera uma preocupação que se possa ter alguma rebelião ou motim, mas não houve qualquer incidente até o momento.

INDÍGENAS

Presente à coletiva, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse que o governo federal vai investir 4,7 bilhões de reais em recursos até junho deste ano em ações referentes ao novo coronavírus para os chamados povos tradicionais, nos quais os indígenas, quilombolas e ciganos estão inclusos.

Damares destacou que, desde janeiro, o governo começou a tomar uma série de decisões para restringir o acesso a esses povos, como a suspensão de visitas a comunidades indígenas. Disse que serão distribuídos 1 milhão de máscaras e luvas para essas áreas e material em 274 línguas indígenas.

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A ministra disse que houve a morte em Roraima de um jovem da etnia Ianomâmi. Mencionou o desafio de comunicar a lideranças dessa etnia que esse corpo não vai para a aldeia, lembrando que o povo tem todo um ritual de sepultamento do corpo.

"Vocês não estão sozinho, não ficarão para trás", disse Damares, para quem há canais de comunicação gratuito e que podem ser usados em denúncias de violações.

Sergio Moro --cuja pasta é responsável pela Funai-- disse que "infelizmente" houve a morte de três indígenas por Covid-19 até o momento. Ele ressalvou que esses óbitos ocorreram em contato fora das aldeias. Para ele, esse dado ilustra a necessidade de permanência da população indígena nesses locais.

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