Mutações não tornam transmissão do coronavírus mais rápida

Estudo aponta que ainda é preciso acompanhar novas mutações

25 nov 2020 - 08h16
(atualizado às 08h34)

O coronavírus está sofrendo mutação à medida que se espalha pelo mundo na pandemia, mas nenhuma das mutações atualmente documentadas parece torná-lo capaz de se proliferar mais rápido, disseram cientistas nesta quarta-feira.

Homem usando máscara passa em frente a ilustração de vírus em Oldham, no Reino Unido
03/08/2020 REUTERS/Phil Noble
Homem usando máscara passa em frente a ilustração de vírus em Oldham, no Reino Unido 03/08/2020 REUTERS/Phil Noble
Foto: Reuters

Em um estudo a partir de dados globais de genomas de vírus realizado com 46.723 pessoas com Covid-19 em 99 países, os pesquisadores identificaram mais de 12.700 mutações, ou alterações, no vírus SARS-CoV-2.

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"Felizmente, descobrimos que nenhuma dessas mutações está fazendo a Covid-19 se espalhar mais rapidamente", disse Lucy van Dorp, professora do Instituto de Genética da University College de Londres e uma das co-líderes do estudo.

Ela acrescentou, no entanto, que "precisamos permanecer vigilantes e continuar monitorando novas mutações, particularmente à medida que as vacinas são lançadas".

Sabe-se que os vírus sofrem mutações o tempo todo e alguns --como os da gripe-- mudam com mais frequência do que outros.

A maioria das mutações é neutra, mas algumas podem ser vantajosas ou prejudiciais aos vírus e algumas podem reduzir a eficácia das vacinas contra eles. Quando os vírus mudam assim, as vacinas devem ser adaptadas regularmente para garantir que estão atingindo o alvo certo.

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Com o vírus SARS-CoV-2, as primeiras imunizações a mostrarem eficácia poderiam obter aprovação regulatória e começar a ser usadas para antes do final deste ano.

Entre mais de 12.706 mutações identificadas, cerca de 398 parecem ter ocorrido repetidamente e de forma independente, disseram os pesquisadores no estudo publicado nesta quarta-feira no periódico acadêmico Nature Communications.

Dentre as 398 mutações, os cientistas se concentraram em 185, que eles descobriram ocorrer pelo menos três vezes de forma independente durante o curso da pandemia.

Os pesquisadores não encontraram evidências de que alguma das mutações comuns esteja aumentando a transmissibilidade do vírus. Em vez disso, eles disseram que as mutações mais comuns são neutras para o vírus.

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