OMS: reguladores estão cooperando para acelerar vacinas

Cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan afirmou que a segurança é fundamental

24 jul 2020 - 08h48
(atualizado às 09h02)

Órgãos reguladores que geralmente trabalham dentro de seus próprios países ou regiões vão provavelmente harmonizar esforços em torno de potenciais vacinas contra a Covid-19 para acelerar a aprovação uma vez que as imunizações se tornarem disponíveis, disse a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, nesta sexta-feira.

Cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, durante entrevista coletiva em Genebra
03/07/2020 Fabrice Coffrini/Pool via REUTERS
Cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, durante entrevista coletiva em Genebra 03/07/2020 Fabrice Coffrini/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

Ao responder perguntas vindas de uma plataforma em rede social, Swaminathan também disse que os testes sobre a eficácia e segurança das vacinas --um processo que geralmente leva anos-- pode ser acelerado para somente seis meses em meio à pandemia, caso os dados satisfaçam os reguladores e eles tenham informação suficiente para emitir registros.

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Ainda assim, disse ela, a segurança será fundamental. "Embora a velocidade seja importante, ela não pode acontecer ao custo da comprovação dos padrões de eficácia e segurança", disse ela.

"Não é o caso de que a primeira vacina será apressadamente injetada em milhões de pessoas sem estabelecer o fato de se realmente protege e se é suficientemente segura para uso em larga escala na população."

Existem mais de 200 potenciais vacinas contra Covid-19 em desenvolvimento, com cerca de uma dúzia sendo testadas em humanos e algumas delas entrando no estágio avançado de estudos em milhares de pacientes. Swaminathan citou as vacinas experimentais da Moderna, a que está sendo desenvolvida em parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca, a da chinesa CanSino Biologics e um projeto de desenvolvimento de vacina na Rússia.

Para que reguladores aprovem uma vacina, os desenvolvedores terão de acompanhar os voluntários dos ensaios clínicos por meses e demonstrar que há poucas infecções entre as pessoas que receberem a vacina na comparação com aqueles que receberam um placebo.

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"Gostaríamos de ver a maior taxa de proteção possível --entre 80% e 90%-- isso seria fantástico", disse ela.

Swaminathan alertou que somente um pequeno número de potenciais vacinas contra a Covid-19 deve passar por todos os estágios de testes e ser aprovado para uso.

"Temos um conjunto bastante robusto de candidatas a vacina, o que é excelente, porque normalmente a taxa de sucesso... é de cerca de 10%", afirmou.

Indagada se o mundo poderia superar a pandemia de coronavírus sem uma vacina, Swaminathan disse que buscar a chamada estratégia de imunidade de rebanho seria mortal. Cerca de 60% de uma população precisa ser infectada para adquirir a imunidade de rebanho, disse ela, um patamar que faria com que muitas pessoas morressem da doença.

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