Opas pede vacinas excedentes para as Américas

Pedido é que países doem as doses contra covid-19 "rapidamente"

1 set 2021 - 14h00
(atualizado às 14h10)

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, fez um apelo na quarta-feira aos países ao redor do mundo que têm excesso de vacinas contra Covid-19 para que compartilhem "rapidamente" com as Américas, a região do mundo mais atingido pela pandemia de coronavírus.

Carissa Etienne
03/02/2016 REUTERS/Andres Stapff
Carissa Etienne 03/02/2016 REUTERS/Andres Stapff
Foto: Reuters

As Américas precisam de mais 540 milhões de doses para garantir que todos os países da região possam vacinar pelo menos 60% de sua população, acrescentou Etienne em uma entrevista coletiva virtual. Três quartos da população da América Latina e do Caribe ainda não foram totalmente imunizados.

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"Instamos os países em todo o mundo com doses excedentes a compartilhá-las rapidamente com nossa região, onde terão um impacto que salvará vidas", disse Etienne.

"Alguns países já estão implementando reforços para pessoas vacinadas, embora a maioria das pessoas em nossa região ainda não tenha recebido uma dose", acrescentou. "Lembramos... que a melhor maneira de se proteger contra variantes preocupantes, como a Delta, é garantir que mais pessoas sejam totalmente vacinadas em todos os lugares."

Etienne mostrou que a vacinação na América está muito desigual. Enquanto no Canadá, Chile e Uruguai mais de 60% de seus habitantes já receberam duas doses de vacinas contra Covid-19, mais de um terço dos países da região ainda lutam para vacinar 20% de sua população.

"As taxas de vacinação permanecem baixas em vários países do Caribe e da América do Sul e a cobertura ainda é de um dígito em países da América Central, como Guatemala, Honduras e Nicarágua", disse Etienne. "Sem mencionar o Haiti e a Venezuela, onde os frágeis sistemas de saúde e os desafios políticos atrasaram ainda mais a imunização."

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Na última semana, a América relatou mais de 1,6 milhão de novos casos de coronavírus e cerca de 22.000 mortes relacionadas ao vírus, impulsionados pela América do Norte, onde as hospitalizações de jovens e adultos com menos de 50 anos de idade são as mais altas desde o início do pandemia.

A região acumula 40% dos casos e 44% das mortes por Covid-19 de todo o mundo.

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