O jantar entre o presidente Jair Bolsonaro e empresários brasileiros foi marcado pela escalação de vários membros do governo para assegurar que o governo vai se esforçar para trazer a revitalização da economia, que anda combalida pela nova onda de infecções e pelo recorde de mortes por covid-19. Embora temas como reformas estruturais tenham sido abordados, a tônica do encontro foi a vacinação no ritmo mais acelerado possível.
Segundo um empresário presente à reunião, Bolsonaro encerrou o evento, mas se comprometeu a garantir que a imunização da população ocorra da maneira mais rápida possível. Ele destacou que o País tem duas fábricas próprias de vacina - uma da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e outra do Instituto Butantan, em São Paulo - e se comprometeu a fazer de tudo para acelerar o processo de vacinação.
Trata-se de uma mudança clara no discurso do presidente, que no passado chegou a ironizar a vacinação, a declarar que não se vacinaria (ele ainda oficialmente não o fez, embora sua faixa etária já possa ser imunizada no Distrito Federal) e a colocar dúvidas sobre a Coronavac, de origem chinesa e produzida em parceria com o Butantan.
Nesta quarta-feira, 7, o Brasil atingiu a marca de 10% da população imunizada pela primeira dose da vacina, sendo que cerca de 80% do contingente tomou a Coronavac. Após mais de 70 dias de um ritmo de vacinação considerado lento, o País tem registrado recordes de mortos pela covid-19. Na terça-feira, 6, foram mais de 4,2 mil óbitos. Até agora, mais de 341 mil pessoas já perderam a vida na pandemia.
Para acalmar os ânimos do empresariado, que criticou duramente o governo Bolsonaro em declarações recentes, o Planalto escalou uma comitiva gigante: o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara; Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência; Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; Fabio Faria, ministro das Comunicações; e Paulo Guedes, ministro da Economia.
Entre os empresários, discursaram Rubens Ometto (da Cosan), Claudio Lottenberg (presidente do Hospital Israelita Albert Einstein), André Esteves (BTG Pactual) e Alberto Saraiva (fundador do Habib's). Do lado do governo, falaram Campos Neto, Guedes e, por fim, Bolsonaro.