A vacina aprovada pelo governo russo para a covid-19 ainda é muito incipiente e uma eventual decisão de compra pelo governo brasileiro dependerá de muita negociação e da chegada ao país de mais informações sobre o imunizante, disse nesta quinta-feira o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello.
Ele disse que participou de videoconferência na véspera com representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da embaixada russa no Brasil e do governo do Paraná, que assinou memorando de entendimento com os russos sobre a vacina.
"Está muito incipiente. As condições estão muito ainda rasas, nós não temos profundidade nas respostas, nós não temos o acompanhamento dos números. Pode até haver tudo isso, mas ainda vai haver muita negociação, muito trabalho para que isso seja de uma forma efetiva, digamos, avalizado pela Anvisa para que nós possamos discutir a compra", disse Pazuello durante audiência na comissão mista do Congresso Nacional que acompanha a resposta do governo à pandemia.
"Sim, nós estamos atentos à vacina russa e caso essa prospecção seja positiva, nós devemos também participar", acrescentou.
O ministro interino disse ainda que o governo está atento a todas as potenciais vacinas contra o coronavírus que estão sendo desenvolvidas no mundo.
"É orientação e diretriz minha que todas as vacinas que se tornem uma prospecção positiva nós devemos estar acompanhando, devemos estar parceiros com opção de compra", afirmou.
Pazuello afirmou ainda que considera que a candidata a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com a farmacêutica AstraZeneca é a mais promissora, mas disse que o governo federal apoia todas as iniciativas de vacina, inclusive a que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, do governo d Estado de São Paulo, em parceria com a chinesa Sinovac Biotech
O governo federal tem um acordo para produzir a vacina Oxford/AstraZeneca localmente, no laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).