RIO - No inverno carioca, a massa de ar polar do fim de semana passado deu lugar ao sol e ao calor deste domingo, 30, e as regras de isolamento social para conter a pandemia de covid-19 foram insuficientes para evitar que as praias da orla do Rio ficassem lotadas. Em Ipanema, na zona sul, o cenário era típico de verão, com os guarda-sóis ocupando toda a faixa de areia.
Pelas regras atualmente impostas pela prefeitura do Rio, que no início de agosto entrou na "fase 5" do cronograma de flexibilização do isolamento social, está autorizado o banho de mar, assim como a prática de exercícios físicos nos calçadões. Ficar na areia tomando sol, conversando ou simplesmente contemplando a vista ainda está proibido.
A fase 5 do cronograma de flexibilização também liberou o trabalho dos ambulantes nas praias, que podem trabalhar das 7 horas às 18 horas - mas o aluguel de cadeiras e barracas está proibido, assim como a venda de produtos que não sejam industrializados e de bebida alcóolica.
Desde que as regras de isolamento foram impostas por causa da pandemia, a partir de meados de março, as praias ficaram movimentadas em alguns dias de sol. Só que este domingo chamou a atenção pelo calor, após o período em que, normalmente, o clima é mais ameno, entre abril e julho. À tarde, a temperatura média ficou em 34,3 ºC na capital fluminense, segundo o Centro de Operações da Prefeitura.
Uma tendência de estabilização e até mesmo de queda nos números de casos e óbitos era sentida logo no começo do mês de agosto. Mas a situação mudou. A média móvel (soma semanal dos pacientes, dividida por sete e atualizada diariamente,) de infectados pelo vírus aumentou ao longo da semana passada. Na capital, onde a tendência de elevação começou um pouco antes, a média saltou de 374 para 808, entre 9 e 23 de agosto,um aumento de 116%.
O Rio de Janeiro tem uma das piores estatísticas do mundo sobre os números de casos e mortes por covid-19. Um levantamento do grupo Covid-19 Analytics, formado por especialistas da PUC-Rio e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que, se o Estado fosse um país, ficaria em segundo lugar no número de óbitos por milhão de habitantes. Ficaria atrás apenas de San Marino, na Europa.