Os testes de covid-19 da Prefeitura de São Paulo devem durar mais 15 dias, prevê a Secretaria Municipal da Saúde. Nesse período, a pasta espera receber mais kits. Em várias partes do Brasil, gestores públicos e laboratórios privados têm dificuldades para conseguir mais exames, diante da explosão da demanda com o espalhamento da variante Ômicron do coronavírus, mais contagiosa. A rede de saúde da capital paulista definiu no sábado, 15, que só casos considerados prioritários - como gestantes, pacientes com comorbidade e moradores de rua - serão testados.
"Temos quantidade para mais 15 dias. Até lá, seguramente, os testes que compramos e os testes que serão comprados pelas OSs (Organizações Sociais de Saúde) vão garantir um reabastecimento na rede", afirmou o secretário municipal de saúde, Edson Aparecido nesta segunda-feira, 17. As OSs são instituições filantrópicas do terceiro setor, responsáveis pelo gerenciamento de serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o País, em parceria com as secretarias municipais e estaduais de saúde.
"Fizemos a priorização da testagem para garantir que não faltará testes para os grupos prioritários, que são os sintomáticos, moradores de rua, idosos, puérperas e gestantes, pessoas que estão em situação pré-cirurgia e profissionais. Para esses grupos prioritários, a gente tem teste. Autorizamos as OS a importar testes também", acrescenta o titular da Saúde municipal.
As afirmações do secretário foram feitas durante o início oficial da campanha de vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra covid-19 no Hospital Cruz Verde, na zona sul de São Paulo. Nesta primeira etapa da imunização, a capital paulista dá prioridade para quem tenha alguma comorbidade, deficiência permanente (física, sensorial ou intelectual) ou indígenas aldeados e quilombolas.
Embora os casos tenham apresentado leve queda nos últimos dias, Aparecido afirma que ainda não é possível falar em estabilidade. Segundo ele, a média móvel da última semana estava em 5.881 casos. No fim de semana foram 3 mil, mas há subnotificação e atrasos. "Precisamos esperar mais alguns dias, talvez até quarta ou quinta-feira para confirmar se há estabilidade na transmissão", afirmou o secretário.
O comportamento do número de casos, em sua opinião, também vai influenciar na quantidade de testes necessários. "Se confirmarmos a média móvel dos últimos 15 dias que mostre um processo de estabilidade na transmissão na transmissão da ômicron, vamos precisar de uma quantidade menor de testes", completou Aparecido.