Cuba administrará vacinas contra covid-19 experimentais a quase toda a população da capital Havana até maio, enquanto as autoridades de saúde realizam amplos estudos intervencionistas e testes de estágio avançado, disseram funcionários do governo na terça-feira.
Cuba, que tem um histórico antigo de desenvolvimento e exportação de vacinas, iniciou neste mês testes de estágio avançado de duas de suas cinco vacinas experimentais, a Soberana 2 e a Abdala - que serão as primeiras vacinas contra covid-19 feitas na América Latina se forem bem-sucedidas.
Ileana Morales, diretora de ciência e inovação tecnológica do Ministério da Saúde, disse em uma mesa redonda transmitida na televisão estatal que as autoridades realizarão um estudo de intervenção em 1,7 milhão de habitantes de Havana até maio.
A ação se soma a outra que já começou com 150 mil trabalhadores da linha de frente da cidade, que se estima ter 2,1 milhões de habitantes.
A capital cubana está no centro do pior surto de coronavírus visto desde o início da pandemia, já que registra 292 casos para cada 100 mil habitantes - a média nacional é de 103,5, disse a vice-ministra da Saúde, Carilda Peña.
As autoridades podem pedir a aprovação de uso emergencial da Abdala e da Soberana 2, que visam a proteína de espigão do novo coronavírus, em junho, disse Morales.
"Com a aprovação de uso emergencial... estaríamos a caminho de uma vacinação mais maciça da população", explicou Morales.
A vacinação em massa começaria com os grupos de maior risco, como as pessoas de mais de 60 anos e os profissionais de saúde.