O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira, 13, que a orientação da pasta é promover o esquema de imunização com as duas doses da mesma vacina, e que o chamado intercâmbio de imunizantes seja utilizado apenas para as doses adicionais ou de reforço.
"A ideia é que a vacina seja homóloga. A dose heteróloga é para reforço ou dose adicional", disse o ministro a jornalistas. "Isso é para os idosos acima de 70 anos e para aqueles que são imunocomprometidos."
"Se porventura a AstraZeneca, por conta de questões operacionais, faltar, eventualmente se usar a intercambialidade (para a segunda dose). Agora, o critério não pode ser 'faltou um dia, já troca', se não a gente não consegue avançar", acrescentou.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo envase no Brasil da vacina contra covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford, atrasou as entregas do imunizante ao PNI após a demora na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina.
Alguns Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, registraram falta de doses do imunizante da AstraZeneca para aplicação da segunda dose, e em alguns locais, como na capital paulista, decidiu-se pela aplicação da vacina da Pfizer como segunda dose para quem tomou a primeira da AstraZeneca.
Segundo o ministério, a falta de vacinas para a segunda dose se deve ao fato das autoridades de alguns Estados terem usado todas as vacinas para a primeira aplicação e não reservado para a segunda. A informação, no entanto, é contestada pelos Estados.
Queiroga manifestou descontentamento com Estados que não se adiantaram à orientação geral do Plano Nacional de Imunização (PNI) e disse que "fica difícil" lidar com essa "Torre de Babel".
O ministro acrescentou que afirmou que a intenção é concluir a distribuição de vacinas para a aplicação de primeiras doses ainda nesta semana. A expectativa da Fiocruz é retomar as entregas do imunizante nesta semana.
Queiroga afirmou ainda que o Brasil está próximo de abandonar o uso obrigatório de máscaras, como pede o presidente Jair Bolsonaro, mas não informou uma data para isso. Queiroga alertou, no entanto, que o contexto da doença no país tem que ser favorável à flexibilização da obrigatoriedade.
"Estamos bem perto de chegar a isso no Brasil, agora, é necessário que o contexto epidemiológico seja favorável a essa ação, e que a nossa campanha avance mais", disse o ministro.