O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira, 16, que o presidente Jair Bolsonaro precisa se vacinar contra a covid-19. "O senhor está bem, mas tem que se vacinar", declarou, em transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado do chefe do Executivo. "Depois que todo mundo, todo mundo tomar a vacina, eu vou decidir meu futuro", respondeu Bolsonaro.
Após atacar a CoronaVac por diversas vezes em sua live, Bolsonaro rejeitou se vacinar neste momento por sua suposta alta taxa de anticorpos. "Tomar vacina para quê? Para ter anticorpos. A minha taxa de anticorpos está lá em cima. Eu te apresento o documento. Estou com 991 índice de Imunoglobulina G, o IgG. Eu estou bem, vou tomar vacina, a Coronavac, por exemplo, que não vai chegar a essa efetividade, pra que eu vou tomar?", questionou o presidente.
Contudo, a ciência aponta que a imunidade trazida pela infecção tem durabilidade inferior àquela induzida pelas vacinas.
Às vésperas de seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Bolsonaro ainda voltou a dizer que talvez tenha sido reinfectado pelo coronavírus nos últimos dias ou semanas.
O presidente da Assembleia, Abdullah Shahid, defendeu a exigência de comprovante de vacinação. A Secretaria-Geral da ONU, porém, não tem autonomia para forçar representantes de países a se vacinar, segundo a porta-voz Stéphane Dujarric.
A live de Bolsonaro foi sumariamente interrompida no YouTube após o presidente afirmar que toma invermectina "de vez em quando". Ainda não está claro, contudo, se a transmissão foi derrubada pela rede social por compartilhamento de notícias falsas. A invermectina é um medicamento sem comprovação científica para a covid-19.