O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu nesta sexta-feira (30) que países com doses excedentes de vacinas anti-Covid as doem para o Brasil "o quanto antes".
No cargo desde 23 de março, Queiroga participou pela primeira vez de uma coletiva de imprensa com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, indo de encontro às recorrentes tentativas do presidente Jair Bolsonaro de desacreditar a entidade.
"Reiteramos nosso apelo àqueles que possuem doses extras de vacina para que possam compartilhá-las com o Brasil o quanto antes possível, de modo a nos permitir lograr avançar em nossa ampla campanha de vacinação e de modo a conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas linhagens e variantes do vírus", disse o ministro.
O Brasil pleiteia as doses da AstraZeneca que não serão utilizadas pelos Estados Unidos, onde o imunizante ainda não está autorizado.
O governo federal já assegurou a compra de 562,9 milhões de doses de vacinas anti-Covid até o fim do ano, número mais do que suficiente para imunizar toda a população nacional. No entanto, 62,6% estão previstas para chegar apenas no segundo semestre, e 43,5%, somente de setembro em diante - e se não houver novos atrasos devido à falta de insumos.
Até o momento, o Brasil vacinou completamente pouco mais de 7% de sua população, e diversas cidades tiveram de paralisar suas campanhas devido à falta de imunizantes para a segunda dose. "É possível garantir que até o final do ano de 2021 teremos nossa população inteiramente vacinada", ressaltou Queiroga.
Enquanto isso, o país ultrapassou a barreira de 400 mil mortes desde o início da pandemia, chegando a 401.622 óbitos na última quinta-feira (29). A média móvel de vítimas em sete dias é superior a 2 mil desde 17 de março.