O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira que o número de mortes de crianças entre 5 e 11 anos causadas pela covid-19 é a baixo e não justifica acelerar a vacinação para a faixa etária, apesar da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em fala a jornalistas na entrada do Ministério da Saúde, Queiroga justificou o porquê de o governo ter aberto uma consulta pública para vacinação de crianças, apesar do aval técnico da Anvisa, da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e da pressão de governadores, secretários de saúde e especialistas.
"Felizmente o número de óbitos nessa faixa etária é baixo. Isso quer dizer que não devamos nos preocupar? Claro que não. Mas mesmo que as vacinas começassem a ser aplicadas amanhã, isso não teria o condão de resolver o problema de forma retrospectiva", disse Queiroga.
"Os Óbitos em criança estão absolutamente dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais. O Ministério da Saúde tem que tomar suas decisões em evidências científicas."
As evidências científicas mostram até agora que a dose da vacina Pfizer , aprovada pela Anvisa, é segura para crianças e tem causado efeitos positivos na redução de infecções. Em sua análise técnica para liberar a vacinação, a Anvisa apontou que os benefícios superam em muito os riscos.
Uma nota da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da covid-19 (CTAI) aponta que 301 crianças na faixa etária de 5 a 11 morreram de covid no país, quase uma a cada dois dias.
Formada pelos secretários de saúde e por entidades médicas independentes, a CTAI defendeu, na nota, o início da vacinação infantil, mas o governo não fixou data para o início.
Pelo contrário, presidente Jair Bolsonaro tem se declarado contra a vacinação de crianças. Em live no dia em que ocorreu a autorização pela Anvisa, Bolsonaro chegou a dizer que queria a divulgação do nome dos técnicos da Anvisa que chancelaram o uso da vacina para crianças.
Imediatamente, os servidores passaram a ser ameaçados por e-mail e por redes sociais. A Polícia Federal investiga as ameaças.