Segundo membro da delegação brasileira enviada para a 76ª Assembleia-Geral da ONU, a ser diagnosticado como coronavírus em Nova York, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se encontrou com lideranças internacionais, participou do evento principal e acompanhou o presidente Jair Bolsonaro em caminhadas pela cidade dos Estados Unidos.
Queiroga esteve com ao menos 30 pessoas nos últimos três dias. No domingo, 19, depois de entrar pela porta dos fundos do Hotel Intercontinental Barclay, para driblar manifestantes, Bolsonaro aproveitou para comer pizza na calçada de um restaurante próximo ao local em que está hospedado. No jantar, esteve acompanhado de parte da comitiva que o acompanha na viagem, entre eles o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o ministro da Justiça, Anderson Torres, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o ministro do Turismo, Gilson Machado, e chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos. Queiroga também esteve com o grupo.
Na segunda-feira, no hotel onde estão hospedados, Queiroga tomou o café da manhã com ministros e integrantes da comitiva presidencial. No mesmo dia, esteve com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e jantou na área externa do restaurante Fogo de Chão. Por determinação da prefeitura de Nova York, pessoas não vacinadas como o presidente não podem fazer consumo interno de alimentos. No estabelecimento, estiveram os embaixadores Ronaldo Costa Lima, Nestor Forster, Gilson Machado, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o secretário Flávio Rocha, o lutador de jiu-jitsu Renzo Gracie e o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A agenda de Queiroga daquela data foi concluída com um jantar na casa de Costa Lima.
Na terça-feira, o ministro da Saúde fez parte da grande equipe enviada para acompanhar o discurso do presidente na Assembleia-Geral. Na sede da ONU, também estiveram a primeira-dama Michelle Bolsonaro, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Anderson Torres, Joaquim Leite, Gilson Machado, Ronaldo Costa Lima. Após o discurso, ele também acompanhou o presidente em visita ao memorial do 11 de Setembro. O diagnóstico de covid foi anunciado na noite da terça-feira. "Ficarei em quarentena nos EUA, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária", escreveu o ministro no Twitter.
Como noticiou o Estadão, a quarentena do ministro em Nova York, deve custar ao menos R$ 30 mil em diárias pagas ao hotel onde ele está hospedado. A reserva de 14 noites de hospedagem em um quarto padrão do Intercontinental Barclay, que fica no bairro Midtown East, custa US$ 5.818 (cotação feita por meio de sites de reserva online como o Booking.com). Considerando a cotação média do dólar em torno de R$ 5,30, isso é o equivalente a R$ 30.835.
A confirmação da contaminação gerou uma reação em cadeia em Nova York que afetou os trabalhos da diplomacia brasileira e deixou em alerta as delegações estrangeiras. O dano não foi maior graças à vacinação de grande parte das comitivas presentes no evento. O chanceler França cancelou uma reunião que teria na manhã desta quarta-feira, 22, com a delegação da Índia. Ele também teria um encontro com colombianos, que foi adiado por decisão do outro lado.
Os encontros adiados aconteceriam no período da manhã, enquanto ele ainda aguardava o resultado de um teste PCR para saber se estava contaminado ou não. À tarde, diante do resultado que indicou que ele não está com covid, ele voltou a circular e fazer reuniões. Se o ministro não estivesse vacinado, teria que obedecer um protocolo diferente.