Rastreio da covid-19 têm de respeitar privacidade

Para senador norte-americano Blumenthal, tecnologia criada da Google e Apple precisa convencer público que há respeito da privacidade

15 abr 2020 - 19h30
(atualizado em 16/4/2020 às 08h56)

Google e Apple terão que convencer o público que qualquer tecnologia de monitoramento de contato criada para acompanhar quem foi exposto ao novo coronavírus não vai levar a uma violação da privacidade, afirmou o senador norte-americano Richard Blumenthal nesta quarta-feira.

Senador dos EUA Richard Blumenthal. 4/2/2020. REUTERS/Erin Scott
Senador dos EUA Richard Blumenthal. 4/2/2020. REUTERS/Erin Scott
Foto: Reuters

"Apple e Google têm que fazer muito trabalho para convencerem um público que tem toda a razão de estar cético sobre a seriedade das empresas sobre privacidade e segurança em seus esforços para monitoramento dos usuários (de telefones celulares)", afirmou o senador.

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Um dos problemas para a reabertura das economias atingidas pela pandemia de covid-19 é encontrar formas de se identificar quem foi infectado, de modo que as autoridades de saúde possam controlar o reaparecimento da doença.

Os trabalhos para o desenvolvimento de ferramentas de monitoramento receberam um impulso recentemente, quando Google e Apple afirmaram estarem colaborando para a criação de tecnologia capaz de identificar e contatar pessoas que tiveram contato com outras infectadas.

"Eu quero saber com urgência como Apple e Google vão assegurar que a privacidade dos consumidores será equilibrada com as necessidades legítimas das autoridades de saúde pública durante a pandemia de coronavírus", disse Blumenthal, que tem sido bastante crítico sobre questões de violação de privacidade criadas por grandes empresas de tecnologia.

"Uma crise de saúde pública não pode ser pretexto para abrir caminho sobre nossas leis de privacidade ou para legitimar a intrusiva coleta de dados sobre a vida pessoal dos americanos feita por estas companhias", disse o senador.

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Apple e Google planejam lançar em maio as ferramentas de software a serem usadas por aplicativos de monitoramento que ambas as empresas e autoridades de saúde aprovarem.

Google e Apple não se manifestaram sobre os comentários de Blumenthal, mas citaram um comunicado conjunto que "privacidade, transparência e consentimento têm a mais alta importância".

As empresas afirmam que a tecnologia não vai acompanhar os locais visitados pelos usuários de seus celulares, mas sim as interações deles e que estas interaçoes serão registradas de maneira anônima e que este monitoramento não será monetizado.

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