A pandemia do novo coronavírus levou a Prefeitura do Rio de Janeiro a cancelar a tradicional festa de Réveillon, que costuma atrair milhões de pessoas para a orla de Copacabana, na zona sul da cidade. O Carnaval também está sob risco, caso não uma vacina contra a covid-19 não esteja disponível até fevereiro.
"Com relação ao Réveillon, esse modelo tradicional que conhecemos e que praticamos na cidade há anos, assim como o Carnaval, não é viável neste cenário de pandemia, sem a existência de uma vacina", justificou a prefeitura, em nota.
No texto, o governo municipal menciona que os festejos pela chegada de 2021 podem acontecer de diferentes formas, que não a tradicional. A Riotur, empresa de turismo do município, apresentará ao prefeito Marcelo Crivella nos próximos dias outros formatos possíveis para o evento da virada, sem presença direta de público, com transmissão pela televisão e plataformas digitais, "preservando prioritariamente a segurança das pessoas e considerando também uma atmosfera de reflexão e esperança diante de tantas perdas sofridas".
A Riotur afirma que todas as possibilidades em análise teriam viabilidade financeira focada 100% na iniciativa privada, uma vez que os recursos municipais teriam como prioridade o combate à pandemia.
Quanto ao Carnaval de 2021, a Riotur informa que, atendendo ao pedido da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), não abriu a venda de ingressos para o setor turístico do Sambódromo. O órgão aguarda a próxima assembleia da Liesa, que definirá o rumo dos desfiles e comunicará à Prefeitura do Rio, diz a nota.
Tampouco há definição para o Carnaval de rua no Rio, "já que o planejamento deste evento é naturalmente complexo e, no cenário atual, requer cuidados especiais", lembra a Riotur.
"A festa reúne milhões de pessoas e, durante o período da folia, há uma intensa movimentação pela cidade, incluindo o aumento do uso do transporte público durante um extenso período de tempo. Para decisões, precisamos de uma análise de toda a situação, incluindo o número de casos, a evolução no tratamento da doença, a prevenção e a criação de uma vacina, visando sempre a segurança de todos. Vale lembrar ainda que o Carnaval é um feriado nacional e envolve outras esferas, e não apenas a municipal, sendo, portanto, uma discussão muito mais ampla, que inclui principalmente resultados de estudos científicos", informou.
São Paulo também cancelou Réveillon e adia Carnaval
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou, no dia 17 de julho, o cancelamento do Réveillon na Avenida Paulista. O evento de virada de ano atraiu 2 milhões de pessoas na última edição, das quais 41% não residiam na capital. A festa de ano-novo costuma incluir apresentações musicais e queima de fogos.
O Carnaval de rua e os desfiles das escolas de samba de São Paulo estão adiados para uma data ainda a ser definida em 2021. Há propostas para que as festividades ocorram no fim do mês de maio ou em julho.