A Rússia começou um ensaio clínico para testar a aplicação da vacina anti-Covid Sputnik V em dose única, o que permitiria agilizar a imunização contra o novo coronavírus.
O regime de duas doses apresentou eficácia de 91,4% na prevenção da covid-19 e de 100% contra casos graves, segundo o Instituto Gamaleya de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, que desenvolveu a vacina em parceria com os ministérios da Saúde e da Defesa.
Segundo o CEO do fundo soberano da Rússia (RDIF), Kirill Dmitriev, a versão "light" da Sputnik V pode se tornar uma "solução temporária e eficaz para muitos países" que enfrentam um repique dos casos.
No entanto, Dmitriev acrescentou que o regime de duas doses continuará sendo o principal instrumento de imunização na Rússia - o RDIF financiará os custos do ensaio clínico da "Sputnik Light".
A Argentina, um dos países que compraram a vacina russa, já estuda privilegiar a aplicação da primeira dose no maior número possível de pessoas e adiar a segunda.
"A decisão sanitária mais importante que temos de considerar é se queremos vacinar 10 milhões de pessoas com duas doses até março ou alcançar no mesmo período 20 milhões de pessoas com uma única dose", disse a secretária de Acesso à Saúde do governo argentino, Carla Vizzotti, ao jornal Pagina 12.
A Sputnik V utiliza adenovírus inativos contendo o gene responsável pela codificação da proteína "spike" para gerar resposta imune contra o Sars-CoV-2.