O presidente Jair Bolsonaro teve o "privilégio" de sentar-se perto de Vladimir Putin durante encontro com o governante russo nesta quarta-feira, 16. O registro fotográfico da conversa entre os mandatários chamou atenção pela proximidade entre eles, em comparação à distância com que o mesmo Putin conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com o premiê alemão, Olaf Scholz, poucos dias antes. Diferentemente do tratamento "distante" — literalmente — dispensado para os líderes europeus, Putin até apertou a mão do chefe do Executivo brasileiro. Esse comportamento, contudo, foi motivado menos por questões diplomáticas e mais por sanitárias.
Ao contrário dos governantes europeus, Bolsonaro concordou em seguir o protocolo sanitário adotado para todos os visitantes que vão à sede do governo russo: ele fez um exame RT-PCR, de detecção da covid-19, com a equipe médica do próprio governo de Putin. Pelas regras do Kremlin, os testes são diários e não podem ser de outra nacionalidade.
Macron, por sua vez, se recusou a fazer um teste russo quando chegou para se reunir Putin nesta semana. Em vez disso, ele se submeteu a um exame francês, mas a alternativa não foi o suficiente para convencer as autoridades locais. Segundo fontes da comitiva do presidente francês ouvidas pela Reuters, Macron quis evitar que a Rússia se apossasse de seu material genético.
Como resultado, o chefe de Estado francês foi mantido à distância do líder russo durante as longas conversas que tiveram sobre a crise na Ucrânia. Eles foram fotografados em extremidades opostas de uma mesa de aproximadamente cinco metros, o que provocou comentários satíricos nas mídias sociais e chamou a atenção da imprensa mundial.
O mesmo aconteceu com Scholz, que também evitou fazer um exame RT-PCR proveniente da Rússia. Em ambos os casos, não houve aperto de mãos. Já Bolsonaro pôde cumprimentar Putin, e o gesto foi registrado.
O presidente brasileiro, que diz não ter se vacinado contra a covid, já teve de fazer testes de detecção do coronavírus em outras ocasiões. Para comparecer à posse do ministro André Mendonça no Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, o mandatário teve de apresentar um resultado negativo para a doença, seguindo os protocolos da Corte.