A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou a convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para falar sobre a nota da pasta que questiona a eficácia da vacina contra a covid e incentiva o uso da hidroxicloroquina. Os senadores vinculam a atuação do governo ao atraso na vacinação de crianças.
A comissão também aprovou a convocação da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e convites ao secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, e ao presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, para falar sobre a vacinação de crianças e o passaporte vacinal. Os requerimentos foram aprovados em uma reunião extraordinária nesta nesta segunda-feira, 7.
Os senadores decidiram chamar as autoridades para questionar o governo sobre as orientações contrárias à vacinação contra a covid, apesar das orientações e comprovações científicas, e pressionar o Executivo a imunizar o público infantil. Conforme o Estadão publicou, em 15 dias de campanha de imunização, o Brasil poderia ter vacinado 75% das crianças de 5 a 11 anos, mas vacinou apenas 10%.
"O atraso da vacinação infantil no nosso País, as ações claramente negacionistas do Ministério da Saúde que postergaram a vacinação das crianças e as campanhas que têm estado em curso, que na verdade tem desmobilizado a campanha nacional de imunização de crianças em nosso País", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Uma nota publicada pelo Ministério da Saúde em janeiro para barrar as diretrizes que contraindicam o uso do chamado "kit covid" classificou a hidroxicloroquina como eficaz para o tratamento contra a covid-19 e afirma que as vacinas não demonstram a mesma efetividade, contrariando uma série de estudos e orientações sanitárias pelo mundo. No caso do ministério de Damares, a pasta divulgou uma nota se posicionando contra o passaporte vacinal e a obrigatoriedade de vacinar crianças.