As restrições atualmente vigentes no Estado de São Paulo para tentar conter a disseminação da covid-19 provavelmente serão prorrogadas para além de 11 de abril, disse nesta quarta-feira o coordenador do centro de contingência que assessora o governo paulista na pandemia, o médico Paulo Menezes.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, Menezes disse que os integrantes do centro estão analisando a atual situação da pandemia no Estado e devem emitir uma recomendação ao governador João Doria (PSDB) na sexta-feira.
A tendência de manutenção das restrições foi apontada pelo médico em um momento em que São Paulo tem quedas modestas nas médias móveis de novos casos e internações, mas ainda uma alta significativa na média móvel de mortos pelo coronavírus.
"É bem provável que nós continuemos com os níveis de restrições que nós temos hoje por mais algum tempo, mas vamos aguardar os próximos dias", disse Menezes.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, São Paulo registrou quedas de 2,4% na média móvel de novos casos na semana encerrada no sábado em relação à anterior e de 5,4% na média móvel de novas internações. Entretanto, a média móvel de mortos subiu 15,5%.
Para o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, esses números são resultado das medidas restritivas adotadas.
"Nós já estamos colhendo frutos daquilo que foi feito na fase vermelha, na fase emergencial, e temos hoje, depois de 21 dias em que estávamos com taxas de ocupação (de UTI) superiores a 90%, estamos hoje no Estado de São Paulo com 89,8% e a Grande São Paulo 89%", afirmou.
"Os internados (em UTI) também têm um simbolismo muito grande. Estamos com 12.941, tínhamos mais de 13.500 pessoas internadas na semana passada, mostrando claramente a redução do número daqueles que internam, e a gente sempre reforça o quanto o dado de internação mostra o momento atual da pandemia."
Apesar da queda nos novos casos e nas internações, São Paulo registrou na terça-feira o recorde diário de mortos pela covid-19, com 1.389 óbitos, no mesmo dia em que o Brasil atingiu também recorde de mortos em 24 horas pela doença, com 4.195.
Na atual fase do plano de quarentena paulista, batizada de fase emergencial, fica proibida a abertura de estabelecimentos considerados não essenciais como shoppings e lojas de material de construção, assim como o atendimento presencial em bares e restaurantes e a realização de cultos religiosos em templos e atividades esportivas, como jogos de futebol.
De acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Estado, São Paulo registrou 2.576.362 casos confirmados de covid-19 até o momento e 79.443 mortes provocadas pela doença.